Fórmula 1 – Do autorama ao simulador


No último sábado estive no Shopping Ibirapuera em São Paulo para o lançamento do game Fórmula 1 2009, para consoles Wii e PlayStation. Me lembrei do meu velho autorama…

Nesta época em que conseguir um brinquedo do pai não é tarefa das mais difíceis, lembrei-me quanto foi custoso para mim conseguir convencer o meu a me presentear com aquele sonho de consumo da molecada dos anos 70, começo dos anos 80. E olha que o meu nem foi aquele famoso Autorama Fittipaldi da Estrela, com a Ferrari e a Coopersucar, que saiam de traseira fácil se a habilidade não fosse das melhores naquela pista em forma de “oito”. Brinquei muito neste modelo de alguns amigos, mas apesar da brincadeira ser sempre muito prazerosa, não haviam ultrapassagens como nas corridas, com tangência na curva, vácuo, etc. Eis que surge o TCR, da Trol.

Fiquei sem dormir imaginado como seria brincar com aquele autorama que reproduzia com mais fidelidade até então uma corrida de verdade. Primeiro porque vinha com três carrinhos. Dizem que o nome TCR era oriundo de Tornado, Ciclone e Retardatário, os carrinhos que vinham no autorama, mas não sei se é verdade. Independente disso, quando ele chegou, num Natal muito distante, montei sua pista de maneira rápida e pude constatar que os dois carrinho rápidos realmente ultrapassavam com um simples mover de uma chave que ficava no acelerador. Fantástico! Brinquei demais com ele. Lembro também que ficava horas treinando a troca de pista com obstáculos, para ter mais reflexo. Infelizmente não cuidei dele como deveria. Bons tempos…

Aí vieram os videogames domésticos. Eu tive e ainda tenho um Atari e o cartucho Grand Prix. Acordava pra jogar e só parava pra almoçar antes de ir para a escola. Aí vieram os simuladores das praças de eletrônicos dos shoppings. O meu primeiro teste com um desses foi em 89. O Shopping Center era o Morumbi, quase trinta quilômetros da casa onde eu morava, e eu pegava nada menos que três ônibus para chegar lá, enfrentar fila e jogar duas ou três vezes antes de voltar pra casa com o dia claro ainda. Os gráficos eram imperfeitos, mas a diversão era a cadeira que se movia e o volante que transmitia a sensação de um carro de verdade. Para quem nem tinha habilitação como eu, o máximo. Mas já se foram vinte e poucos anos.

O que pude ver no sábado foi algo realmente muito fiel à realidade como a maioria dos games de hoje, gráficos perfeitos, sensações de som e imagem reais. Meu filho de três anos até “pilotou” um pouco com a minha ajuda, claro (torço para ele gostar destes games, o que me facilita o convencimento de compra com a minha esposa). Mas os simuladores tem hoje influência também nas pistas. A tecnologia minimizou as restrições nos testes das equipes, fazendo com que muitas delas disponibilizassem seus softwares para o desenvolvimento dos carros e também para a rápida adaptação de seus pilotos à circuitos novos, por exemplo. Lewis Hamilton é o maior expoente desta geração. O campeão de 2008 chegou à Fórmula 1 com uma bagagem muito boa nos simuladores, que permitiu a sua rápida adaptação às pistas em que ele jamais havia acelerado antes.

De quebra, estavam presentes os jornalistas Flavio Gomes (site grandepremio.com.br e da ESPN) e Fabio Seixas (tazio.com.br e Folha de S. Paulo), além da piloto Bia Figueiredo, que ficaram por uma hora respondendo as perguntas do público. Muita conversa sobre a Indy 2010 e pouco sobre Fórmula 1. Quase nada de perguntas sobre o game. Mas foi divertido.

Quero encerrar esta coluna desejando à todos os blogueiros um ótimo Natal, um excelente período de descanso, reflexão e paz, e um ano novo de saúde e realizações. Ficarei ausente pelos próximos dias, mas voltarei na segunda quinzena de janeiro já trazendo atualizações sobre a temporada 2010 da Fórmula 1, afinal, minha vida é corrida e o mundo está dando voltas cada vez mais rápidas!

Até a próxima.

Lauro Vizentim

Lauro Vizentim é Engenheiro Mecânico, trabalha há mais de duas décadas na indústria de automóveis. Gosta de criação, design e de... carros. Quando estes três gostos se juntam em uma corrida, tudo se completa. Acompanha a Fórmula 1 desde criança e colabora com o No Trânsito desde 2009.

2 Responses

  1. Beatriz says:

    Eu quero!

  2. fabio says:

    Muito bom lauro, também estou ansioso para conhecer este jogo.

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