Eu sei o que vocês fizeram em campeonatos passados.


Era para ser uma dobradinha comemorada como o ressurgimento do time vermelho na temporada, mas o que ressurgiu foram os ecos do episódio do GP da Áustria em 2002. E a Fórmula 1 perdeu, de novo.

A Ferrari volta ao topo

Depois de muito tempo sem um carro tão competitivo quanto a concorrência, a Ferrari mostrou ótimo desempenho nos treinos de sexta e sábado em Hockeinheim. E a consistência pode ser medida exatamente no treino oficial, quando o time de Maranelo colocou seus dois carros imediatamente atrás do pole position, Sebatian Vettel. Fernando Alonso, na primeira fila, ficou a mínimos 0,002s da marca de Vettel. Massa, voltando a disputar as primeiras posições grid depois de um “banho de sal grosso” como teria admitido, deixou claro que a disputa com o bicampeão Alonso poderia, enfim, realmente ser acirrada como se esperava desde o início da temporada. Ao seu lado, um Webber um pouco mais apagado. Para a atual líder do campeonato, a McLaren, a situação era um pouco pior, com seus carros não conseguindo o desempenho que se esperava, principalmente por terem os propulsores Mercedes debaixo da carenagem. Mas se para a McLaren a coisa já tinha ficado complicada, decepção maior ainda ficou para a própria Mercedes que, correndo em casa, conseguiu colocar apenas Rosberg no Q3, enquanto Schumacher amargava um incômodo 11º lugar no grid. Kubica e Barrichello também estavam entre os dez melhores. O tempo instável presente na sexta-feira e a decisão da Bridgestone de trazer compostos de comportamento extremo, assim como havia feito no Canadá, davam a idéia de mais um GP emocionante para a temporada. Mas a Fórmula 1 acabou deixando a Alemanha sem o menor brilho, infelizmente.

A confirmação da dobradinha, mas…

Assim como aconteceu na Inglaterra, Vettel não conseguiu sustentar a primeira posição no grid ao apagar da luzes vermelhas. Vendo a vantagem escapar, espremeu ao máximo Alonso para o lado de dentro da pista, mas nem isso foi suficiente para deter a ação do espanhol. Melhor ainda ficou para Massa que, largando do lado limpo da pista e favorecido pela disputa entre Vettel e Alonso, assumiu a ponta logo na primeira curva. Hamilton também se recuperou sobre Button. Schumacher ganhou logo três posições. No meio do pelotão, as duas Toro Rosso se estranharam e ainda sobrou para os dois carros da Force India, que não conseguiram repetir as boas atuações de corridas anteriores.

Massa voltava a liderar um GP depois de muito tempo, justamente no dia em que completava um ano do inusitado e grave acidente na Hungria na temporada passada. Mas a corrida ainda estava no começo e havia a expectativa sobre o comportamento dos pneus. E, por falar neles, Vettel abriu a seqüencia de pit-stops dos ponteiros na volta 13. Como o primeiro pelotão, formado por Ferraris, McLarens e Red Bulls já abria uma distância considerável sobre os demais, o jovem alemão voltou em sexto. Na Ferrari, Alonso fez a parada primeiro que Massa, assim como na McLaren foi Hamilton quem se antecipou ao companheiro, Button, que mais uma vez tentou uma estratégia diferente e permaneceu mais tempo na pista que seus rivais diretos, o que lhe rendeu ao menos a posição sobre Webber ao final da prova.

Começaram então os ataques de Alonso sobre Massa. Os ataques, no plural mesmo. Na pista, Alonso chegou a disputar algumas freadas com Massa e, sem sucesso, se dirigiu a equipe pelo rádio dizendo que aquilo era ridículo, insinuando que Massa deveria lhe ceder a posição, ao que não teve resposta imediata da Ferrari. Na liderança, Massa começou a virar mais rápido que Alonso e dava a impressão que seguiria firme para a vitória. Mas Vettel e o próprio Alonso começaram a virar mais rápidos que o brasileiro e, quando a diferença entre as Ferrari caiu de novo para a casa de 1s, Massa escuta de seu engenheiro a seguinte frase: “Fernando is faster than you”. A maneira pausada, quase como de uma aula de inglês para iniciantes, seguido de um pedido de confirmação de entendimento da mesma não deixava dúvidas: era a ordem para a troca de posições entre os pilotos de Maranello. Mas, e a proibição do jogo de equipes desde o famoso episódio de 2002 na Áustria, protagonizado pela mesma Ferrari com seus pilotos Schumacher e Barrichello? Fato é que, duas voltas depois da voz calma lhe falar, sem aparentemente ter se respondido para a equipe, Massa tira o pé na saída do grampo e deixa Alonso passar sem dificuldades. Ainda faltavam mais de vinte voltas para o final da prova, mas a única ação que chamou a atenção foi a seqüência de voltas rápidas de Vettel tentando se aproximar de Massa, o que lhe rendeu inclusive a melhor volta da prova no último giro.

…a mancha vermelha sobre a F1 reapareceu.

Disse aqui na coluna passada que “decisões de uma equipe de Fórmula 1 tem que ser respeitadas sempre, mas há de se tentar evitar polêmicas, principalmente quando se é uma das favoritas ao título”. A reincidência da Ferrari neste tipo de comportamento, como diriam os promotores do esporte, agrava (ou deveria agravar) a pena. Mas acho que o grande ponto de discórdia é a real necessidade de isso ter acontecido nesta altura do campeonato. Quero deixar claro que não sou contra a ordem de equipe para troca de posição, mas com a inteligência que cabe aos homens de comando das mesmas e que devem ter como premissa os objetivos esportivos. Massa, por exemplo, já havia cedido uma vitória certa, no Brasil em 2007, para a conquista do título do então companheiro Kimi Raikkonen. Última corrida da temporada na ocasião, campeonato para a equipe, ordem acertada, sem dúvida. Mas assim como aconteceu em 2002, o que se viu foi a anti-disputa, a esportividade deixada de lado, a própria “ridicularização” de uma categoria que tanto clama por disputas na pista para não acabar se tornando um evento premeditado. Em que pese a tentativa da Ferrari em preservar seus dois carros em condições de fazer uma dobradinha depois de tantas etapas (evitando o que aconteceu recentemente com a Red Bull na Turquia, por exemplo), ou a priorização de resultado para Alonso que está melhor posicionado que Massa na classificação geral, em minha opinião, o que a Ferrari fez repetir em Hockenheim foi inoportuno. E divido minha opinião com a de alguns jornalistas que entendem que todos os protagonistas deste fato são responsáveis por mais este capítulo negativo na história da Fórmula 1. A Ferrari, pela iniciativa. Alonso, por desqualificar seu companheiro de equipe, ainda que em minha opinião ele seja muito melhor que Massa e tem condições plenas de tentar a ultrapassagem na pista. E Massa, por aceitar de maneira até passiva, a reedição de um caso tão emblemático na carreira como o do compatriota Barrichello. Massa sabe muito bem o que isso representa. Não quero aqui crucificar o ótimo piloto Felipe Massa mas, para mim, ele é o maior prejudicado deste domingo. Sei que deve ter sido difícil para ele aceitar esta condição, mas o discurso de que fez isso pela equipe e de que não é segundo piloto já não se sustenta, seja pela realidade do campeonato ou pelo histórico da equipe italiana. Cravo aqui que a Ferrari vai continuar sendo a Ferrari, com suas multas, altos e baixos, polêmicas, etc. Alonso será campeão pela Ferrari, se não este ano, em breve. Sobra então para Felipe Massa a opção de procurar outra casa, com o rótulo de bom filho, mas também com o estigma de aceitar os caminhos que seu irmão mais velho (leia-se Schumacher) tanto fez prevalecer em outras épocas. E sal grosso, agora, é pouco para reverter isso.

P.S.: A Ferrari foi multada em US$ 100 mil e o resultado da corrida, com vitória de Alonso, seguido de Massa, Vettel, Hamilton, Button, Webber, Kubica, Rosberg, Schumacher e Petrov está sub júdice. O esperado resultado nas seis primeiras posições e o bom desempenho da Renault com seus dois carros na zona de pontos se contrastava com a decepção da Mercedes que viu seus dois carros chegarem a mais de uma volta dos primeiros. Até a Hungria.

Lauro Vizentim

Lauro Vizentim é Engenheiro Mecânico, trabalha há mais de duas décadas na indústria de automóveis. Gosta de criação, design e de... carros. Quando estes três gostos se juntam em uma corrida, tudo se completa. Acompanha a Fórmula 1 desde criança e colabora com o No Trânsito desde 2009.

31 Responses

  1. João Henrique says:

    Ridículo! Mais uma vez.

  2. Não tenho palavras para descrever o quão decepcionante foi o meu domingo…

    Sinceramente…me da vontade de parar de assistir F1…

    Na minha humilde opinião, os dois pilotos da ferrari teriam que ser desclassificados da corrida, e ter todos os pontos da equipe zerados, para mostrar que isso é uma atitude ridicula, e que não será mais aceita!

    Lauro, você falou que o Alonso poderia muito bem ter passado o Massa na pista, mas eu duvido que ele conseguiria…com a diferença que tinha de tempo entre os carros, era quase impossivel fazer uma ultrapassagem…ele não estava rapido o suficiente!

    Sinceramente…o próprio Felipe Massa me decepcionou…sempre fui o Fã Número 1 dele…depois dessa atitude…não só pelo que ele fez na pista, mas pelo que ele respondeu nas entrevistas…ele num passa de um piloto qualquer pra mim…tenho muito mais admiração pelo Barrichello atualmente do que por ele!

    Passei o domingo esperando pelo seu texto, sempre sensacional Lauro…parabens mais uma vez!!!

    Abraços!

  3. Bruno viincius says:

    Faço das suas as minhas palavras pedro!! sem duvida decepicionante o que ocorreu ontem na corrida,nao ah palavras para descrever essa atitude.

  4. e pelo visto, na Indy também tivemos um dia para esquecer…

    http://www.youtube.com/watch?v=ZDF-UhGAL6c&feature=player_embedded

    abraços!

  5. Mauricio Mikola says:

    Demonstre sua revolta. É só participar da campanha:

    NA MINHA GARAGEM NÃO ENTRA FERRARI!

    Só desse modo eles aprendem…

  6. Mauricio, dessa eu já participo!

    NA MINHA GARAGEM NÃO ENTRA FERRARI, MAS É PORQUE EU NAO TENHO DINHEIRO PRA COMPRAR UMA MESMO!!!

  7. Eduardo Fonseca says:

    Prefiro mil vezez assistir NASCAR do que F-1, até Indy é melhor.

    Tudo bem que a F-1, é uma categoria que possui muito prestígio, glamour e tals, porém ela totalmete manipulada pelos grandes, jamais veremos corridas nas quais Senna, Mansell, Prost, Berguer eram os protagonistas e literalmente brigavam na pista. Hoje tem que ficar criando regras e mudando obrigatóriamente o acerto dos carros pra ter competitividade…isso sim é ridículo!!!!

    AAhhh vou aproveitar pra falar tbm da Stock brasileira…..nossa, essa já me deu raiva tbm, corridinha sem graça que sempre termina no tempo, não há uma disputa que dê gosto de assistir, não passa de outra categoria totalmente comercial que a cada ano modificam o regulamento para tentar deixar mais competitivo, balela!!!! A Stock só tem perdido público a cada ano que passa, eu mesmo perdi totalmente o interesse!!!

    Infelizmente sou obrigado a dizer que realmente os americanos são os melhores na apresentação e organização de seus eventos…..NASCAR, é um ótimo exemplo que chega a atrair um público de 300 mil pessoas, sabem o que é isso??????? É muuuuuita gente!!!!!!

    Apesar de não ter tido tempo de acompanhar, NASCAR pra mim é a melhor categoria de automobilismo, mudança constante de liderança, disputa sempre acirrada até os últimos metros da chegada, há uma certa liberdade dos pilotos na pista além de muitas outras coisas!!!!

    Bom, acho que é isso aeee!!!
    Forte abraço à todos…

  8. Eduardo Fonseca says:

    Mauricio, se souber de alguém que queira se desfazer de uma……pode avisar que eu faço o recolhimento………..huahuahuahuahua

    abs

  9. RTP says:

    Lamentavel…o que era p ser festa para nós Ferraristas, virou apenas um prova vergonhosa. Como diria meu pai; “Enquanto não for apenas um piloto por equipe, isso vai continuar”
    Não me espanto com o sínico Alonso e nem com a postura de Massa. Para o brasileiro não hávia o que fazer. Resta lamentar pela F-1.

    LAURO…os textos estão sensacionais. Cada vez melhor.

    Abraços. Boa semana a tds!

  10. Mauricio Mikola says:

    Eduardo, infelizmente não conheço ninguém disposto a se livrar de sua ferrari. No entanto, essa campanha está sendo um sucesso. Cerca de 200 milhões de brasileiros já aderiram, e nunca irão ver a marca do cavalinho rampante em suas garagens! Nunca uma campanha atingiu um número tão alto de pessoas em tão pouco tempo.

    Abraços,
    Mauricio.

  11. Alexandre Pinho says:

    “NA MINHA GARAGEM NÃO ENTRA FERRARI, MAS É PORQUE EU NAO TENHO DINHEIRO PRA COMPRAR UMA MESMO!!!”

    HUAHUAHUAHUAHUAHUAHUAUA

  12. Paulo Menze says:

    Na minha garagem não entra Ferrari porque não tenho dinheiro, mas podemos deixar de consumir produtos Shell.

    Não tenho acompanhado as corridas, e lendo os comentários do Lauro dá para ter uma boa idéia do que aconteceu em cada corrida.
    Lauro, muito bom os seus comentários.

  13. Em primeiro lugar, parabéns pela matéria/resumo/narrativa/crítica/editorial, Lauro. Seus títulos são cativantes, bem-humorados e muito inteligentes. Se tem algo que eu não sei, é dar título para um post ou texto com tamanha originalidade e pertinência.

    Falando sobre o óbvio, gostaria também de deixar uma parte da minha visão. Pessoal, acredito que vocês estão partindo da premissa de que os pilotos estão pagando para correr por determinadas equipes (apesar de ser verdade em alguns poucos casos), quando na verdade são as equipes que contratam cada um dos seus (dois) pilotos para levar (um de) seus carros às vitórias ou dobradinhas, com (dois) objetivos muito claros: a conquista dos campeonatos/mundiais de Pilotos e Construtores – com ênfase nos parênteses. Felizmente, ou não, isso não é um Campeonato de Kart, mas o Mundial de Formula Um. E vale lembrar que as equipes vivem do investimento próprio e dos patrocínios, não dos pilotos (com raras exceções) – esses são pagos para ajudar a atender os (dois) objetivos da equipe, citados acima.

    O automobilismo é um esporte que sempre foi taxado como individual, mas na F1 e outras categorias estão presentes requintes e características do esporte coletivo há muitas décadas, se não desde o início. O Campeonato de Construtores só teve início em 1958 e a F1 em 1950, mas no início das competições de automóvel, entre as décadas de 1900 e 1960, os carros eram pintados com as cores de origem de cada país – dos carros, e não dos pilotos (me corrijam se estiver enganado). Uma época de brancos, prateados, azuis, verdes, vermelhos e afins. Vejam como funciona nas 24h de Le Mans, e se perguntem quem leva o maior prestígio: os pilotos ou os fabricantes vencedores. Mas não é de hoje que dois ou mais pilotos dividem o mesmo fabricante dos carros e até fazem parte da mesma equipe. Equipe.

    Pois bem, porque não tratar a F1 como um esporte coletivo, de equipe, me pergunto. Por causa do ego de cada piloto ou pelas torcidas inflamadas e nacionalistas de cada país? Imaginemos como é no futebol. Sim, estou propondo comparar a F1 ao futebol e me chamem de louco se quiserem.

    “Imaginem vocês que o técnico, aquele ser horripilante e inescrupuloso, tira e põe jogadores em sua equipe, os chamandos de titulares e reservas, a torto e a direito e o que é pior, durante uma partida!? Que absurdo, beneficiando um ou outro esportista pelo bem da equipe! Zézinho pode ser colocado no lugar de Luisinho e fazer o gol Joãozinho não fez. Tem algo de errado nisso, pois eu sou torcedor do Uguinho! Abaixo às substituições e manipulação no futebol!”

    Válido esse discurso? Não? Oras bolas, mas na F1 é? Vejamos o exemplo (mais do que) recente: Bruno Senna era um dos pilotos ‘titulares’ da equipe Hispania e foi substituído por (quem mesmo?) Sakon Yamamoto, o japonês que pagaria 1,2 milhões por corrida (Fonte: http://autosport.aeiou.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=as.stories/87838). É certo isso, no meio de um campeonato de pilotos? É discutível, mas alguém chiou? O fato é que Senna foi punido disciplinarmente, assim como um jogador que não se apresentasse aos treinos ou fugisse da concentração. O que eu vejo em comum com o caso Massa/Alonso? Interesses da equipe.

    Se a motivação de beneficiar um ou outro piloto, através do jogo de equipe, se resume à seguinte pergunta: “a diferença da quantidade de pontos entre os pilotos é importante a tal ponto de representar uma vantagem/desvantagem para a equipe?”; então, na minha opinião, não importa se esse jogo é realizado na primeira ou última prova do campeonato. Não importa porque, por exemplo, o Mundial de Pilotos de 2008 foi decidido por uma diferença de 1 ponto, e ninguém sabia que seria até a última curva do GP de Interlagos. E caso não houvesse diferença de se quer 0,5 (lembrando que frações de pontos foram atribuídas em 2009 também), seria definido pelo número de vitórias e demais critérios de desempate. Vitória essa que se tornou infinitamente importante para Alonso, num Campeonato de Pilotos em que até agora 4, eu disse QUATRO, pilotos (o próprio Alonso, Button, Vettel e Hamilton) têm 2 vitórias cada um, e 1 (Webber) tem 3 vitórias. E precisamos falar em pontos? Assim, o líder Hamilton tem 157, Alonso 123 (-34) e Massa 85 (-72). Agora, olhando o Campeonato de Construtores, num ano em que a Ferrari estreou com dobradinha, vemos motivos de sobra para a mesma se preocupar: Ferrari 208, RedBull 272, McLaren 300. Olhando sob essa perspectiva, e estando mais lento que Alonso no decorrer do final da prova, porque Massa deveria vencer?

    Não adianta reclamar. Ontem deu dobradinha novamente. E isso significa para a Ferrari que com Massa ou Alonso na frente, o placar seria o mesmo. Mas Alonso é o único com condições de virar o jogo a tempo para a equipe. E é por isso que nem italianos, nem Ferraristas, se importam tanto quanto ‘nós brasileiros’. Não tenho dúvidas de que a RedBull está reclamando, mas prefiro isso do que ver um piloto jogando o carro para cima do outro como foi o caso na Turquia esse ano. Não seria aquilo antidesportivo?

    Não importa o quão desprazeroso seja assistir ao brasileiro Felipe Massa dando passagem para o espanhol Fernando Alonso, ou Barrichello dando passagem para Schumacher (2002), ou Massa para Kimi (2007)… sempre existiu o outro lado como Kimi dando passagem para Massa (2008), ou Schumacher para Rubinho, ou Senna para Berger (mas quando já tinha garantido o Tri em 91). Peraí, vocês perceberam que o Brasil nem sempre é um país de injustiçados e que não pode existir uma “teoria da conspiração”? Se existem 2 pilotos, e o 2º piloto é uma realidade, a única forma de evitar que essa situação se repita é incentivando Massa a ser o 1º piloto. Ele pode ter sido o 2º na Ferrari em 2006 e 2007 mas reverteu o quadro em 2008. 2009 não foi um bom ano por razões óbvias e em 2010 ganhou um companheiro de equipe casca grossa. Mas se vocês querem torcer para ele como brasileiros, terão que aceitar esse fato. Ou Felipe demonstra o que ninguém acredita no momento, ou Alonso se firmará como o 1º piloto, de fato. E a melhor forma de demonstrar qualquer coisa, seria conquistando e mantendo a maioridade em pontos.

  14. PS: Eduardo Fonseca disse “Prefiro mil vezez assistir NASCAR do que F-1, até Indy é melhor. Tudo bem que a F-1, é uma categoria que possui muito prestígio, glamour e tals, porém ela totalmete manipulada pelos grandes, jamais veremos corridas nas quais Senna, Mansell, Prost, Berger eram os protagonistas e literalmente brigavam na pista.” (e fora dela, não?)

    Chará, engraçado vc ter citado a época de Senna, Mansell, Prost e Berger se naquela época o que não faltava eram polêmicas, de todos os lados. E o que vc descreveu sobre “manipulação” (“totalmete manipulada pelos grandes”) se encaixa perfeitamente no episódio deste domingo também na F-Indy, ou não? Viu o que aconteceu com Helio Castroneves no vídeo que Brocchi postou?

    Abraços Pessoal!

  15. Eduardo Fonseca says:

    Eduardo,

    concordo plenamente com vc que na época em que citei tbm havia polêmicas de todos os lados, mas talvez concorde comigo que era uma época onde as corridas eram muito mais “disputadas” sem tanta tecnologia, sem tantas regras…..era o piloto dando o que podia e o que não podia para ganhar uma corrida, indo até o seu limite, assim como o do carro…não sou uma pessoa boa para escrever bons textos e talvez não esteja expressando o que realmente queira, mas acho que o que aconteceu com o Massa, jamais aconteceria no passado, não sei, posso estar errado. Também não julgo o Massa pela sua atitude, ele possui um contrato, é um funcionário e recebe ordens.

    Voltando há época em que citei, acho que fora das pistas era que o pau comia mesmo entre os pilotos (alguns claro).

    Sobre a fórmula Indy, infelizmente ainda não vi o ocorrido, ma verei….e é lamentável sim, claro que isso pode acontecer e todo lugar e até mesmo em uma NASCAR da vida, sei bem disso!!!

    Apenas coloquei meu ponto de vista sobre esse assunto e minha preferência pelas categorias do automobilismo…e respeito a opinião de cada um tbm….

    Valeu e abraços!!!

  16. Lauro says:

    Pessoal, boa noite!

    Este final de semana em especial, tive alguns compromissos que me fizeram apenas enviar a matéria na madrugada de segunda para o Guilherme. Desculpem por isso, especialmente ao Pedro Brocchi, que ficou esperando a matéria ontem.
    A atitude polêmica gerou uma série de comentários muito, muito interessantes mesmo, que vão desde o passional “não assisto mais”, até as comparações com outras categorias. Muito legal, de coração. E mais importante ainda, isso mostra o nível dos comentários sempre muito bons e antenados com tudo que acontece no automobilismo em suas principais categorias.
    Nem vou falar do texto excelente que o nosso parceiro Eduardo Rimoli postou. Uma aula, sem dúvida, mas obviamente discordo de alguns pontos. Ótimo assim.
    E a impagável campanha “NA MINHA GARAGEM NÃO ENTRA FERRARI!” que o Maurício começou e da qual, com dor no coração mas o bolso ainda vivo, sou adepto desde sempre.
    Obrigado pelos elogios pessoal. Espero sempre trazer um pouco de diversão pra vocês
    Mas não pensem que pelos vários comentários postados eu passarei a escrever também sobre assuntos como aborto, racismo, casamento gay, política, novelas, enfim, tudo que é polêmico. Nem que o Guilherme deixar. Minha vida é (e está, mais do que nunca) corrida.
    Um grande abraço!

  17. Caro Eduardo Rimoli(vulgo Biscuit), acho que no caso…comparar o ocorrido desse fim de semana na F1 com futebol em geral…seria como se vc torcesse pelo Uguinho(como vc mesmo disse) e ele saisse la da area, driblando todo mundo, fazendo tabelas incriveis com os companheiros de equipe, tirar o goleiro da jogada…e quando fosse fazer o gol, recebesse uma ordem do técnico Carlinhos, para passar a bola pro Luisinho fazer o gol!

    Entendo que no caso da F1, os pilotos são contratados, recebem o salario para receberem ordens da equipe, mas estamos falando de um esporte que, por mais que seja formado de equipes, ainda é individual…e acho sim a atitude da Scuderia Ferrari Anti-Desportiva…mesmo porque os pilotos recebem o salario de acordo com os pontos obtidos…sei que nesse caso, ele deve receber algum extra e tal…mas isso num vem ao caso agora…

    Acho valido uma disputa na pista para mostrar quem é melhor que quem sim…não precisa acabar em desastre como no caso da Turquia, mas se o Alonso estivesse realmente mais rapido que o Massa como foi dito…que ele usasse toda a sua experiencia de bi-campeão mundial e ultrapassasse seu companheiro de forma justa…acho que essa é uma forma suja de fazer com que o Alonso se beneficie para o campeonato…sendo que ele tem capacidade de resolver isso da forma justa/correta…

    Mas tudo bem, sou apenas 1 dos milhões de espectadores, e torcedores da F1, que gosta de ver disputas justas na pista, com emoção o “Futebol Arte” das pistas…quem sou eu para julgar uma entidade e a equipe mais polemica da F1…

    Abraços!

  18. E ja que estamos falando em futebol…segue uma frase no Twitter do @sergiosan_

    “Alonso passou pq era Felipe Massa…ah se fosse Felipe Melo !!!!”

  19. Leo says:

    Lauro,
    Ótimo texto !!
    Abraços
    LEO

  20. Eduardo Fonseca says:

    Pedro,

    ótima frase!!!!!!
    kkkkkkkkkkkkkkkkk

  21. Edu, quanto às regras excessivas e às disputas menos acirradas comparadas ao passado, eu não discordo de vc. Mas a F1 tomou um rumo sem volta e sinceramente não sei apontar uma solução para tantos problemas controversos. O investimento exagerado das equipes, a introdução de muita “ajuda eletrônica” aos pilotos, a turbulência gerada atrás do carro que dificulta o “vácuo” e as ultrapassagens, e outras são questões delicadas que surgiram nas duas últimas décadas e a FIA teve que percorrer um caminho de espinhos para tentar remediá-las. Mas o que aconteceu com o Massa, não foi inédito. A diferença é que os rádios dos pilotos e o volume de informações liberados aos jornalistas e público é muito maior, tornando evidente certas situações. Por outro lado, eu entendo a declaração do Domenicali e quero ver a FIA provar que houve uma ordem direta da equipe. Veja bem, não sou ingênuo e já havia percebido que algo aconteceria ouvindo à primeira mensagem de rádio de Alonso. Quando a 2ª veio para Massa, já tinha certeza e percebi que a ultrapassagem iria acontecer. Só não sabia de que forma. Mas as equipes podem fazer acertos prévios entre os pilotos e a regra não tem como fiscalizar isso. Por outro lado, não sou só eu que pensa que a “proibição do jogo de equipe” não deveria existir no regulamento. É uma tentativa de remediação que nunca teve efeito e é muito subjetiva.

    Em relação as preferências de cada um, de vez em quando eu assisto à tal da IZOD IndyCar Series via internet, pois existem diversas câmeras onboard, classificação em tempo real e os comentaristas americanos sabem o que está acontecendo. Mas pra mim, não tem a mesma graça da F1, mesmo com mais pilotos brasileiros e com chance de vitória. E existem circuitos e regras que acabam por estragar o espetáculo completamente, como nesse último domingo em Edmonton. Como a corrida é realizada num circuito de aeroporto, com pistas muito largas, a organização da prova resolveu adicionar uma nova regra (absurda) para limitar as possibilidades de defesa de posição de um piloto: ele não pode se manter na metade de dentro da pista por um trecho maior que uma saída e freada de curva enquanto se defende de outro carro. Como corredor de kart, me parece ridículo ter que conviver com uma regra dessas, mas todos os pilotos foram informados numa reunião antes do evento. Vejam no vídeo abaixo, as imagens do porquê Helio Castroneves foi punido em +20s na classificação, algo que nem a “imprensa especializada” brasileira conseguiu explicar. Faço referência explícita à imcompetência da TV Bandeirantes e do programa Pit Stop da TV UOL, mas imagino que não os únicos desinformados. Estão revoltados com a punição “injusta” sem saber que o problema está na regra ridícula.

    Controversy in Edmonton: http://www.youtube.com/watch?v=1e-J6LWropo (em inglês).

  22. Ao amigo Pedro Brocchi, acho que a situação que descreve melhor o que aconteceu na F1 seria então uma em que Uguinho sofresse um Pênalti aos 30 do 2º tempo e fosse substituído antes de bater, para que Zézinho fizesse o gol. Mas não duvide, pois isso já deve ter acontecido no futebol.

    E concordo, também preferiria ver sempre disputas de posição na pista, mas ao meu ver ninguém deveria tirar o direito de uma equipe de fazer o seu “jogo” a qualquer momento do campeonato. O que acho mais contraditório é que a maioria dos jornalistas brasileiros adimite que não foi e não seria contra a troca de posições no último GP, valendo um campeonato. Porque (só) no último pode e ainda valendo um campeonato!? Os últimos campeonatos foram decididos em detalhes e não tenho dúvidas que esses 7 pontos farão diferença para Alonso e para a Ferrari.

    Por outro lado, acho também que a Ferrari estava correndo conforme o figurino nas 2 últimas provas e foi MUITO penalizada e prejudicada, de forma injusta e exagerada, por tudo aquilo que aconteceu com Safety Car e tudo mais. Mas ficou por isso mesmo, e agora é que ninguém irá se lembrar mais.

    Um abraço a todos!

  23. Eduardo Fonseca says:

    É isso ae Edu,

    chegamos a um acordo…hahaha

    concordo com vc, de que a FIA definiu regras que de acordo com a própria evolução da F1….

    Cara sabe uma imagem que não me sai da cabeça e que acho impossível de acontecer hoje??? Foi aquela em que o Mansell deu uma carona pro Senna (não me lembro em qual circuito e a data, sou péssimo pra isso), e que ele ainda chutou um comissário de prova que se aproximou dele…….hahahaha….cara aquilo foi demais!!!!!! Qual a chance de algo incomum como isso acontecer hoje em dia???

    Abraços

  24. Pedro Ignacio says:

    A quais interesses servem os Pilotos!?

    Hoje, após uma declaração do O Sr. Luca di Montezemolo, presidente da Ferrari, fiquei pensando na minha posição de torcedor (que não deve ser muito diferente da grande maioria dos torcedores), que é: “A quais interesses servem os Pilotos!?”

    A declaração de Montezemolo foi: “A equipe vem em primeiro lugar”

    Alguma novidade? Acho que não!!? Mas, eu como torcedor, não torço pela Ferrari (em primeiro lugar), e sim pelo piloto brasileiro que está ao volante!! Na formula 1, diferentemente de outros esportes (coletivos e individuais) fica claro o seguinte:

    1) O Piloto corre pela Equipe

    2) O Piloto corre por ele e pelos seus interesses (de sucesso e monetário)

    3) O Piloto corre pelo País?

    Alguns pilotos, com personalidade mais forte , mais agressiva e com maior capacidade, atingem um momento na carreira em que conseguem “raramente” inverter um pouco essa sequencia, ou seja,(2) corre por ele e em consequencia (casual) o (3), ou seja o País e faz com que a equipe trabalhe por ele (1).

    Pensando friamente, que sentido tem a execução do Hino Nacional do País do Piloto vencedor após ganhar uma corrida se ele não está defendendo o País na competição. Sua vitória ou não, o País que “representa”, seus interesses pessoais não fazem não são os objetivos primeiros, os interesses da Equipe fazem. A nacionalidade que ele carrega é mero acessório que obriga a execução deste Hino.!

    Disse no começo que a Formula 1 é diferente dos demais esportes quando falamos de representatividade de um País, porque na Formula-1 temos pilotos de nacionalidades diferentes dentro de uma equipe, o que não acontece em outros esportes, onde voce não tem dois times dentro de um campeonato (não temos duas seleções brasileira ou de outro pais competindo), se bem que, mesmos em outros esportes, o sucesso ou interesses pessoais já superam a representação de um País na competição em que participa.

    Com isso, não sei se continuarei a assistir corridas da mesma forma e intensidade que assistia antes. Por quem torcerei? No caso do Felipe, está claro que ele não será Campeão este ano, e se ele estiver na pista à frente do Alonso de que adiantará eu vibrar por uma bela ultrapassagem, se o resultado final não está levando em conta sua bandeira e os torcedores que por ele torcem e sim outros interesses.!?

    A quais interesses servem os Pilotos!?

  25. Chará…

    belissimo texto!!!!

    acho que você traduziu o que eu queria falar…de uma outra forma…mais completa…mas é exatamente o que eu sinto!

    Abraços!

  26. [Fico muito feliz de termos esse espaço para expor nossos pensamentos e sentimentos]

    Caro Pedro Ignacio, acredito que vc tenha total direito e razão de se fazer essa pergunta. E não é facil responder com um só “objetivo”, temos que desmembrar em 3 ou mais, como vc fez.

    Mas lembrem-se de uma coisa: após o hino do piloto, vem o hino da equipe. Ao contrário do futebol, em que só vem o hino do time, mesmo quando não se trata de uma seleção, ou até com mais jogadores estrangeiros do que os da casa. Eu havia brincado comparando a F1 ao futebol na questão da individualidade-coletividade, mas é claro que existem diferenças gritantes. Alguém torce para o Real Madrid simplesmente porque o Kaká é atacante? Acho que é possível, mas muito mais difícil do que torcer pela Williams porque o Rubinho é piloto.

    Da mesma forma que Montezemolo declarou que “a equipe vem em primeiro lugar”, fica fácil afirmar que a contra-partida também é verdadeira e conhecida: Massa aceitou essa condição ao entrar para correr na Ferrari, já na época de Schumacher. Ele não nega e ninguém se esquece das afirmações dele no começo desse ano. Mas não para ser 2º piloto, sempre. Será 1º ou 2º piloto de acordo com o seu desempenho, desempenho do carro e interesses da equipe. E ele foi homem o bastante para cumprir com a sua palavra e função como piloto da Ferrari. Se não o fizesse, estaria fora ou jamais teria entrado, simples assim. Por outro lado, a Ferrari foi leal a Massa ao apoiá-lo e mantê-lo no time após aquele acidente tão grave. Completou 1 ano, mas parece que ninguém calcula quão fácil seria para a Ferrari se livrar de um piloto em dificuldades. Em vez disso, renovou o contrato o colocando em igualdade com Alonso.

    Em alguns casos, acredito sim que os interesses pessoais do piloto se sobressaem aos interesses da equipe. Esses são personalidades fortes, mas não porque alguém disse, porque fizeram por merecer. Existem exemplos de pilotos que viraram ídolos mundiais, que são adorados e adimirados em outros países tanto quanto no país de origem. É o caso de Fangio, Lauda, Emerson, Senna, Prost, Schumacher e outros que possuem uma quantidade diversificadíssima de fãs espalhados pelo mundo. O que não dá mais, é se deixar ser levado pelo nacionalismo ufanista que permeia a nossa mídia, os jornalistas, os nossos torcedores e até alguns dirigentes.

    Estou tão decepcionado com a imprensa brasileira, quanto estou com a espanhola. Nessas, a visão é completamente unilateral e parcial. Estou farto, como uma grande parte dos telespectadores. Na inglesa e italiana, eu vi opiniões dos dois lados. Entre os pilotos ídem, com Lauda atacando, Alesi e Coulthard defendendo. E nenhum deles é italiano, brasileiro ou espanhol. E os brasileiros que torcem tanto apenas porque ele é brasileiro? Deveriam apoiá-lo nesse momento, não crucificá-lo. É isso que não engulo, essa massa de “fãs” brasileiros se deixando levar porque é um brasileiro dando passagem. Só que esse brasileiro não é mais somente brasileiro. É brasileiro, italiano, inglês, espanhol e todas as nacionalidades que poderia assumir, sendo o que é: um piloto do Mundial de F1, no sentido mais internacional da palavra.

  27. stile says:

    Bom, vou tentar explicar aqui um pouco do que penso.

    Se eu fosse o presidente da Ferrari (ou diretor esportivo ou qualquer outro cargo do alto escalão da Scuderia), teria ordenado a troca de posições da mesma forma. Não me interessaria a nacionalidade do piloto, a alegria ou tristeza da torcida nem nada além do interesse da equipe e da empresa. Ser profissional, para mim, é isso: defender o interesse da instituição para a qual se trabalha.

    Se eu fosse o Massa, teria obedecido a ordem e feito exatamente como ele fez. Esse ano ele não tem condições de lutar pelo título, o melhor que faz é defender os interesses da equipe. E, na minha opinião, é melhor ser 2o piloto da Ferrari do que ser 1o piloto da Lotus (vide Kovalainen).

    Se eu fosse o Alonso, teria reclamado com a equipe e solicitado que a primeira colocação fosse cedida, da mesma forma que ele fez. Não se sabe o preço que isso terá no final do campeonato. Pode ser que não faça nenhuma diferença, mas pode ser que seja a diferença entre ganhar uma ou mais posições no campeonato (talvez valha até o título de campeão).

    Como torcedor, fico um pouco decepcionado pois a manipulação de resultados tira a graça para quem assiste. Mas de forma alguma fico surpreso com o que houve, visto que eu entendo perfeitamente os motivos pelos quais as partes envolvidas agiram da forma que agiram.

    Já como observador “de fora”, não deixo de achar curiosa a incoerência em alguns comentários da torcida brasileira em geral. Quando o Berger deixava o Senna ganhar alguém reclamava? E quando o Senna deixou o Berger ganhar, também por ordem da equipe, já com o campeonato ganho? Se o contrário tivesse acontecido (Alonso tivesse deixado o Massa, com melhores chances no campeonato, ultrapassar), será que haveria essa polêmica entre nós?

    Acho a F1 um esporte bacana, mas atualmente ela não é 10% do que já foi um dia. Mesmo assim, paguei mais de mil reais por um ingresso no GP de Interlagos desse ano e vou lá assistir a corrida ao vivo pela primeira vez. A pura engenharia envolvida já é suficiente para me entreter, por mais monótona que seja a corrida em si.

    Mas querem saber a verdade? No que diz respeito a esporte, disputa e emoção, MotoGP, Moto2 e 125cc (categorias do mundial de motovelocidade) dão de MIL na F1. Recomendo com força aos que gostam de esportes a motor.

    Pra finalizar: alguém acha que o Enzo Ferrari agiria de maneira diferente do Montezemolo nesse episódio? Eu tenho certeza que não.

  28. Atitude!!!

    Analisadas todas as ponderações sobre os objetivos das equipes e dos pilotos, muitos ficaram a favor destes ou daqueles por seus “n” motivos, não sendo em minha opnião, nem certos nem errados, mas sim, suas formas de verem e analisarem todo o acontecido. Por mais que queiramos, não estamos no lugar do Massa e nem na posição de uma equipe de Formula-1 e nem temos todas as peças deste quebra-cabeças para emitirmos uma opnião isenta e dizer, eu faria isso ou eu faria aquilo!! Sumplismente não dá!!!

    Mas com certeza, posso expressar o que quero e sinto quando sento em frente a uma TV ou vou a uma pista de corridas!!! Ou seja, quero ver disputas entre equipes e pilotos..!! E é isto é o que foi abalado de forma escandalosa.!

    Os torcedores de Formula-1 sabem que esse jogo é feito e estamos dispostos (talvez esse seja o erro) a aceitá-los dentro de certos limites e parametros como: definição de campeonato (de construtores ou pilotos) quando o outro piloto visivelmente não tem mais condições de ser campeão.

    Essa situação já ocorreu antes? Várias vezes com certeza..!! Mas a maioria delas de forma velada (me engana que eu gosto) ou mais justificável (se bem que não concordo).

    A exposição em que a Ferrari colocou o Massa (e ele aceitou!) não se justifica em meu ponto de vista. Faltavam ainda 9 corridas e 225 pontos a serem disputados e quem garante que estes pontos (em situação contrária) não possam fazer falta ao Massa no final do ano!

    Montezemolo diz: A equipe vem em primeiro lugar! Oras!!! qual a diferença para a Equipe ter Massa em Primeiro e Alonso em Segundo..!! Para a equipe da no mesmo!!! Ou seja, Massa foi tratado como segundo piloto!

    Hoje o Massa disse em nova entrevista que não cederá mais a este tipo de ordem da Equipe (como já tinha dito no começo do ano) e que não deixará mais o Alonso passar e vencerá… Isso deixa claro duas coisas: Ele sentiu a repercusão de sua atitude e que ele está lá para Vencer (como ele mesmo disse) e não para ser mais um. Porém, essa declaração nos mostra que se ele quizesse ter tomado outra atitude ele teria tomado pois, o contrato continua o mesmo, ou seja, ele mudaria a atitude (será!!?). E eu, como torcedor o que espero: Atitude e Competição!!!

    Atitude de campeão não se adquire, ou se tem, ou não tem, esta no DNA do piloto. Não tem tempo pra se pensar nas decisões, principalmente na Formula-1.

    Todos devem se recordar do Alonso fechando o Massa na entrada dos boxes (GP da China acho). A atitude do Massa foi igual a nossa no transito, tirar o carro mostrando seu verdadeiro instinto, sua forma de pilotar e agir e o que esperar de suas atitudes!

    Então, deixando de lado os motivos dele e da equipe, o que espero como torcedor!!? Competição e atitude!!! E isto faltou!!!

  29. Gallego says:

    Depois de algumas horas lendo todos os comentários… Só falo uma coisa !!!!

    Não tenho nem oq falar !!!! rs

    Abraços e parabéns a todos pelos ótimos comentários.

    Gallego

  30. Para os que ainda estiverem interessados em refletir sobre o caso Massa x Alonso, segue uma sugestão de vídeo. No meu modo de ver, é isso que falta para a nossa imprensa, jornalismo sem hipocrisia: http://www.youtube.com/watch?v=1yP068g_wjE&NR=1

  1. 26/07/2010

    […] This post was mentioned on Twitter by Natassya França and No Trânsito, No Trânsito. No Trânsito said: Novo post: Eu sei o que vocês fizeram em campeonatos passados. http://goo.gl/fb/fELzf […]

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