URGENTE! Acidente mata ex-piloto Ayrton Senna


Morreu na madrugada de ontem, em São Paulo, o ex-campeão de Fórmula 1 Ayrton Senna da Silva, aos 53 anos, vítima de um acidente automobilístico na Rodovia dos Trabalhadores.

Ayrton Senna voltava de sua fazenda em Tatuí, no interior paulista quando, segundo testemunhas, o carro que conduzia foi fechado por um caminhão. Chovia muito no momento do acidente, o que pode ter contribuído para que Senna não conseguisse controlar o carro, que capotou na pista antes de se chocar com outro caminhão. O ex-campeão teve traumatismo craniano severo, chegou a ser socorrido por paramédicos e colocado em um helicóptero UTI, mas já chegou sem vida ao Hospital Sírio Libanês, na capital paulista. O corpo deve ser velado no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, e o enterro, ainda sem data definida, deverá se realizar no cemitério do Morumbi, também em São Paulo.

A carreira

Ayrton Senna foi um dos maiores pilotos de Fórmula 1 em todos os tempos, conquistando 3 títulos mundiais, 41 vitórias e 65 pole positions em suas duas passagens pela categoria máxima do automobilismo mundial.
A primeira, entre 1984 e 1995, foi a mais marcante e de onde vieram todos seus resultados mais importantes, como também alguns acidentes sérios. Senna começou chamando atenção do mundo ao chegar em segundo lugar no GP de Mônaco em seu ano de estreia. Debaixo de um verdadeiro dilúvio, Senna foi ultrapassando um a um seus adversários e talvez vencesse a corrida, que foi encerrada prematuramente devido à chuva, garantindo a vitória ao francês Alain Prost na ocasião, que se tornaria o maior rival dos brasileiros nas pistas. A primeira vitória viria no ano seguinte, em Portugal, também debaixo de muita chuva.

Em 1988, Senna se transferiu para a equipe McLaren para ser companheiro do mesmo Alain Prost e, logo de cara, ganhou o título sobre o francês em uma disputa histórica no GP do Japão daquele ano. O brasileiro caiu para as últimas posições logo na largada e foi se recuperando na prova até alcançar e ultrapassar Prost, vencendo a corrida e o campeonato.

O acidente que quase lhe tirou a vida, tirou de Senna sua capacidade de ser competitivo, em Imola 1994.

No ano seguinte, foi a vez de Prost levar o título no mesmo GP do Japão com uma manobra polêmica, batendo propositalmente no brasileiro e quase o tirando da prova. Foi um grande desgaste em sua vitoriosa carreira, já que Senna não se conformava de ter sido desclassificado da corrida que vencera, depois de ser empurrado pelos fiscais para voltar à pista.

Pela terceira vez consecutiva, em 1990, ambos novamente chegaram ao GP do Japão disputando o título, só que desta vez Senna se utilizou do mesmo recurso que Prost fizera no ano anterior. O francês, então já na Ferrari, foi abalroado por Senna e foi para a área de escape logo na primeira curva. Com o abandono de ambos, o brasileiro sagrou-se bicampeão da categoria. Ainda viria o terceiro título, também no Japão, no ano seguinte, sobre o inglês Nigel Mansell. Senna tinha 31 anos de idade naquela ocasião.

Mas os anos seguintes não foram tão bons assim para Senna, que permaneceu na McLaren até 1993 e conseguiu naquele ano sua segunda vitória no GP do Brasil, seu último resultado expressivo. No ano seguinte, já na Williams, veio o grave acidente no GP de San Marino, terceira etapa do mundial daquele ano, que quase abreviou sua carreira. Uma escapada de pista muito forte na curva Tamburello lhe deixou algumas sequelas, a mais grave delas a perda da noção de profundidade, que Senna apenas admitiu recentemente. Naquele ano, Schumacher sagrou-se campeão do mundo pela primeira vez e Senna, mesmo afetado pelos efeitos deste acidente, ainda conseguiu o vice-campeonato. Em 1995, já sentindo que não era mais competitivo, Senna resolveu se aposentar, para alguns até prematuramente, as vésperas de completar 36 anos.

Obstinado como sempre, Senna tentou uma volta triunfal para a Fórmula 1 em 1998, realizando o sonho dos tifosi de pilotar pela Ferrari. Mas a sua passagem pela equipe de Maranello foi muito aquém do que ele e a torcida esperavam. Tendo Michael Schumacher como companheiro de equipe, Senna não conseguiu sequer uma pole position, sua maior especialidade. Assim, Senna se retirou das pistas pela segunda e definitiva vez ao final da temporada de 1999, depois de um ano muito problemático, cheio de abandonos. Naquele ano Senna até teve chances de disputar o título, já que Schumacher sofreu grave acidente no GP da Inglaterra daquele ano e teve de se ausentar por várias etapas. Porém, Senna não tinha mais a mesma forma de antes e teve dificuldades até mesmo em acompanhar o piloto reserva da equipe, Eddie Irvine, substituto de Schumacher enquanto o alemão se recuperava.

A última passagem pela Fórmula 1, a bordo da Ferrari. Senna, definitivamente, não era o mesmo.

Fora das pistas

Ainda gozando de muito prestígio entre os brasileiros, Ayrton Senna foi convidado em 2003 para integrar a equipe de ministros do então Presidente Luis Ignácio Lula da Silva, assumindo a pasta dos esportes. Sua carreira política, no entanto, foi muito mais breve do que se podia esperar. Em meio a denúncias de superfaturamento para o automobilismo, Senna decidiu renunciar ao cargo de ministro em 2005. Embora nenhuma denúncia tenha sido comprovada, Ayrton Senna já sentia o desgaste perante os brasileiros, que nunca aceitaram sua queda de rendimento nas pistas (apesar dos problemas ocultados até recentemente) e de sua falta de experiência política.

Tentando recuperar a imagem, Ayrton Senna foi contratado como comentarista da Rede Globo de televisão para as temporadas de 2006 e 2007 do mundial de Fórmula 1, mas outra vez a aventura foi abreviada. As exaustivas comparações com seu ex-companheiro de equipe, Schumacher, já campeão do mundo por sete vezes, e a falta de um brasileiro disputando no pelotão da frente, fizeram Senna desistir da empreitada no meio da temporada de 2007, após algumas brigas, inclusive no ar, com seu então amigo e narrador oficial Galvão Bueno. Magoado, Senna optou por mudar para a Europa, onde começou a gerenciar a carreira do sobrinho Bruno Senna.

Em 2010, Senna se juntou a Adrian Campos, um ex-piloto espanhol, para fundar a equipe HRT e voltar para a Fórmula 1 como chefe de equipe, com objetivo de ajudar mais uma vez o sobrinho Bruno. Mas o time foi um dos maiores fiascos da história da Fórmula 1, nunca conseguindo resultados sequer razoáveis, desiludindo o tricampeão acostumado as vitórias. Foi seu último contato com o automobilismo, em 2011.

A última aparição pública

Ayrton Senna teve seu último contato com o grande público em agosto do ano passado na apresentação do programa Criança Esperança, onde mais uma vez fez uma doação generosa através do instituto que leva o seu nome e que ajuda crianças carentes desde a década de 90. Naquela oportunidade, seu último capacete utilizado na Fórmula 1 foi leiloado e a renda, claro, revertida para caridade.

Na posse do ministério de Lula, em 2003

Nos últimos meses, após a saída de seu sobrinho Bruno Senna da Fórmula 1 desde o final do ano passado, Senna estava recluso em sua fazenda em Tatuí, interior de São Paulo, onde a paixão pelo kart nunca deixou de ser exercida na pista particular da propriedade. De acordo com sua irmã e presidente do Instituto Ayrton Senna, o ex-piloto tinha planos de voltar a ter contato com o automobilismo, pleiteando a eleição para a presidência da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA), que se realizará em julho próximo, mas o trágico acidente de ontem pôs fim aos seus planos.

A lembrança de Senna e de suas conquistas ficará para sempre na memória dos brasileiros e na história da Fórmula 1, eternizadas pelo gesto da bandeira brasileira em punho após suas vitórias e pelo seu carisma como um dos maiores de todos os tempos.

O olhar sob o capacete amarelo, uma marca de Senna para sempre.

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A história foi bem diferente, isso todos sabemos, mas, e se…

E se Senna tivesse saído de Imola com a mesma sequela que Piquet teve ( e tem até hoje) em acidente semelhante na mesma curva? E se Senna tentasse ajudar seu país como político e não fosse nem sucedido? E se Senna viesse a morrer longe das pistas, em um acidente em uma rodovia qualquer, anos após sua aposentadoria das pistas e depois de um momento não tão positivo como em seus anos áureos como piloto? E se…?

De verdade, pouco importa. A história já está escrita.

Ayrton Senna ainda vive, e sempre viverá para aqueles que realmente amam o automobilismo. Sua obstinação pela vitória, suas voltas voadoras nos treinos oficiais, suas ultrapassagens, sua pilotagem na chuva. Senna se foi há 19 anos de maneira dolorida e inesperada, porém, seu trágico desfecho tornou-o imortal.

A saudade é imensa, e idolatria idem, e a tristeza de sua perda é suavizada pelas lembranças que ano a ano tomam conta dos posts e das imagens trocadas entre os mais desconhecidos fãs até os mais ligados a categoria, como pilotos da atual Fórmula 1.

Só nos resta saber quantos títulos Senna já ganhou nos últimos 19 anos nas corridas que certamente está disputando com Jim Clark, Gilles Villeneuve, Juan Manuel Fangio e Jochen Rindt, entre outros.

NOTA: O texto, assim como as fotos, imagens e montagens são todos fictícios, sem o menor conteúdo verídico, e foram utilizados apenas para ilustrar esta coluna que também não tem caráter informativo.

Lauro Vizentim

Lauro Vizentim é Engenheiro Mecânico, trabalha há mais de duas décadas na indústria de automóveis. Gosta de criação, design e de... carros. Quando estes três gostos se juntam em uma corrida, tudo se completa. Acompanha a Fórmula 1 desde criança e colabora com o No Trânsito desde 2009.

31 Responses

  1. Laurão…..PALMAS pra vc!!!

    Algo totalmente diferente de qualquer coisa que já tinha lido…..realmente é dificil saber ou imaginar como seria a vida dele se tivesse saído com vida daquele maldito acidente.

    Fato é que ele nos deixou de uma forma muito trágica, inconsequente e totalmente inesperada e isso muito nos entristece.

    abraços!!!

    • Obrigado Eduardo.
      Ninguém queria acreditar naquela locução do Roberto Cabrini, por telefone, que dizia “morreu Ayrton Senna, uma notícia que ninguém gostaria de dar”…
      Até hoje me pego pensando como eu mesmo não me ative a gravidade do acidente logo que ele ocorreu. Achei que ele fosse sair andando, como na ilustração da matéria.
      O diferente do texto é contrapor o que a maioria tem como certo, ou seja, que ele seria mais campeão ainda e por mais vezes, e trilhar um lado mais melancólico, mais humano e menos herói, e tentar achar o consolo definitivo de que talvez, embora ninguém quisesse, possa realmente ter sido “melhor” assim, se é que existe algo “melhor” em uma tragédia como esta.
      Um abraço!

  2. Guilherme Maia says:

    Parabéns, Ficou show o texto

  3. Felipe Mangisztki says:

    Laurão PALMAS pra VC-2…

    Infelizmente, não tive oportunidade de ver o Senna correndo, ele morreu quando eu tinha 2 anos de idade. Mas depois de tantos anos, de ver minha mãe chorar sempre quando ele aparecia na tv, fui pesquisar o porque disso, me surpreendi e acabei virando fã tbm. Achei a sua matéria muito plausível, nunca tinha visto nada parecido. Parabéns, de verdade, mesmo.

    • Felipe,

      Fico curioso em saber o que sua mãe acharia (ou achou) do texto. Para quem viveu aqueles anos de Senna nas pistas, as lágrimas correm fáceis. O que ele despertou nos brasileiros foi algo que para mim, até hoje, é incomparável. Tenho minhas ressalvas, mas admito que foi algo ímpar.

      Um abraço!

  4. Fazia tempo que eu não lia algo tão bem escrito. Parabéns Lauro!

  5. Senna says:

    Estou me revirando no caixao, vc acha mesmo que se eu continuasse vivo essa seria minha historia ? imbecil!

    • Senna,
      Esperei por muitos anos para poder conversar com você…
      Estou até meio despreparado, meio atônito com seu contato, que até posso chamar de sensorial. Meu objetivo não foi fazê-lo remexer-se seja onde for que você estiver. Até porque, convenhamos, você pode ter mudado mesmo. A julgar pelo elogio que me direcionou sem que eu em nenhum momento lhe ofendesse. Assim, sou obrigado a aceitar que você não é mais o bom moço, o exemplo para todos os brasileiros e para toda sua imensa legião de fãs espalhadas pelo mundo. O que as crianças do seu Instituto vão pensar de uma agressão gratuita como essa?
      Ô Senna, você que me fazia chorar de alegria com suas vitórias, com suas poles, uma delas no GP do Brasil que de tanto eu ver o VHS, nunca mais vou me esquecer dos gritos de seu amigo Galvão Bueno “um, dezesseis, três nove três” que foi a marca da pole naquela ocasião. Você que me fez passar o 02 de maio de 1994 comprando jornais desde as 5 horas da manhã, e quase todos borrados com lágrimas de uma tristeza que não senti nem por pessoas mais próximas…
      Sou obrigado a engolir várias perguntas que guardei por anos na esperança de um dia ter proferidas por você as respostas que me inquietam até hoje.
      Mas não vou perguntar, estou desapontado com este Senna que por trás de um teclado escreve com tom de autoridade, de pessoa contrariada, de cidadão de educação que não condiz com aquela que Seu Milton e Dona Neide lhe deram, acho.
      Peço-lhe desculpas por incomodá-lo de maneira tão inoportuna. Vou continuar sem saber se aquela batida em Mônaco 1988, com quase um minuto de liderança, foi erro seu ou algum problema no carro. Vou continuar sem saber se aquela pancada no Brundle, na Austrália 1989, foi distração mesmo ou era vontade demais de vencer a prova, assim como aconteceu com Nakajima, no Brasil, em 1990. Vou continuar sem saber se no GP do Brasil, em 1992, você realmente teve problemas no McLaren ou abandonou a prova por não engolir o fato de que o carro não era competitivo.
      Vou ficar sem saber, tudo bem. Sei de outras coisas sobre você, mas nenhuma delas tira ou desmerece os maravilhosos feitos que você proporcionou para mim em minha juventude. Nada me faz mudar de idéia de que você foi um dos maiores de todos os tempos (em poles, o maior, sem dúvida).
      De qualquer forma, apareça sempre que puder, é uma honra, a não ser que você não seja o (mais) o mesmo de quem eu sempre fui admirador.

      • Alboreto says:

        Esta resposta ficou ainda melhor que o texto original. Senna (o verdadeiro) está bem, tô tentando acompanhar o home aqui mas tá difícil.

  6. Glauco de F. Pereira says:

    Belíssimo texto, como sempre, Lauro. Mas, permita-me discordar um pouco da forma com que Ayrton é tratado em nosso país. Não questiono suas conquistas, seu talento como piloto, demonstrado de forma inequívoca em diversas oportunidades.

    Mas, o fato de Ayrton ser extremamente afável com a imprensa fez com que o mesmo fosse “idolatrado” como nenhum piloto/esportista jamais fosse em nosso país. Ouso dizer que o mesmo era um belo produtos de marketing, adorado por anunciantes, meios de comunicação e jornalistas. Sua vida, caso hoje ainda estivesse vivo, podem apostar, seria capa das revistas de celebridade a cada passo que fosse dado por ele.

    Outros pilotos tão bom quanto ou maiores, precursores de toda essa geração que hoje ainda levanta a bandeira nas pistas de todo mundo, não tem o mesmo tratamento “midiático” como Ayrton.

    Vale uma reflexão. Será que pilotos como Ingo Hoffmann, Raul Boesel, Chico Serra, Nelson Piquet, Roberto Pupo Moreno, Alex Dias Ribeiro, Paulão Gomes, Emerson Fittipaldi, José Carlos Pace, não merecem a mesma reverência do que Ayrton Senna?

    Abraços, Lauro, e mais uma vez, parabéns pelo belo texto!

    • Oi Glauco,

      Bem, o fenômeno Senna na mídia é um capítulo a parte. Foi, para mim, o maior piloto com o dom midiático, de preocupação com imagem e tudo mais.
      Não é a toa que boa parte de suas fotos são posadas, não tiradas ao acaso.
      Um piloto genial e uma pessoa de personalidade difícil. Um dos maiores de todos os tempos em todos os quesitos, em poles é imbatível, e não pelo número em si, mas pelo estilo.
      Um ídolo sim, um herói até, um imortal das pistas, mas jamais um Deus como muitos o vêem. Ao menos esta é minha opinião.
      Um abraço!

  7. Diego Silvério says:

    Muito mau gosto mexer com nosso único herói nacional. Não um herói que empunhava armas e conquistou bens materiais, tesouros, terras. Senna não foi somente um piloto de automobilismo. Foi um dos maiores cidadão brasileiros que o mundo vai poder admirar. Levou pelo mundo tudo o que nós brasileiros temos impregnados na alma. A bravura, a persistência, a coragem, a inteligência e o talento nato. Ayrton Senna é um símbolo, uma bandeira, um hino e como tal merece ser respeitado. Porque não escreveu que Jesus Cristo morreu com uma bala perdida na saída de um baile funk, já que quer supor situações e causar polêmica?????

    • Olá Diego,
      Assim como respondi ao Hiranzinho, respeito sua opinião em discordar do texto, fantasioso sim e cheio de controvérsias. Mas também discordo de você quando você fala em único herói nacional. Não é. Hoje em dia, só como exemplo, o herói nacional veste capa preta, é negro e chama-se Joaquim Barbosa, isto claro na opinião da maioria, não a minha. Por este mesmo posto já passaram várias figuras, de atletas como Pelé, Joaquim Cruz, Guga, Cielo e até mais recentemente Zanetti, e pessoas menos politicamente corretas como o Coronel Ubiratan, por exemplo.
      Também discordo de sua opinião de que Senna levou pelo mundo a bravura, a persistência, a coragem, a inteligência e o talento nato que nós brasileiros temos na alma. Concordo plenamente que ele tenha tido tudo isso, mas a minha opinião sobre o povo brasileiro é bem diferente, tanto que, para mim, Nelson Piquet sintetiza o jeito brasileiro de ser de maneira bem mais adequada. Só que aqui a conversa entraria no ramo político, e eu não vou fazer isso.
      Não desrespeitei nem a memória nem a carreira de Senna, apenas propus uma reflexão sobre as inúmeras homenagens que o piloto Ayrton Senna sempre vai merecer todos os anos e aquele desejo que sempre faz a maioria pensar de que, se estivesse vivo, teria sido o maior de todos. Primeiro que não é o fato de ter tido a carreira interrompida como teve que não o faça, para muitos, sim, o maior de todos, assim como não é certeza de que, se tivesse mais tempo, teria conseguido números ainda mais expressivos.
      E, como não toquei no assunto política, também não tocarei no assunto religião. Não aqui.
      Polêmicas sempre existirão, e a gente pode debatê-las sem problemas.
      Um abraço.

  8. hiranzinh0 says:

    achei um tanto de mal gosto este texto! mesmo lendo e sabendo (claro) q é um texto fantasioso, acredito ser errado mexer com nosso único herói nacional! desculpe a opinião, mas para mim mandou mal demais…

    • Olá Hiranzinho,

      Desculpe se para você o texto foi de mau gosto. Sua opinião foi sincera, sem ofensas, e manifestada com a decência e legitimidade de quem viu seu herói em apuros. Apenas discordo quando você se refere a Senna como único herói nacional, mas é apenas discordância pura e simples, nada mais.

      Um abraço.

  9. Victor Ferraz says:

    Acho que a beleza da história é que não é possível saber o que teria acontecido caso ele não tivesse morrido no acidente… Quem sabe ele não faria coisas ainda mais incríveis, dentro e fora da Fórmula 1? Quem sabe ele não faria coisas erradas na vida e passaria de herói a vilão? Quem sabe ele não faria algo grandioso a ponto de mudar o curso da história do Brasil? Ou então, não faria nada, se aposentaria e cairia no esquecimento?… Quem sabe…
    Só nos resta atestar o que realmente aconteceu. E o que aconteceu foi um gênio.

  10. Mauricio Mikola says:

    Belo exercício imaginativo. Na verdade, todos nós gostamos de sonhar com a possibilidade do “e se…”. E se eu fosse rico, e se eu nascesse em outro país, e se eu fosse um piloto…

    O difícil nesse tipo de narrativa é conseguir ter coerência, mas quanto a isso você está de parabéns, a história poderia ter realmente acontecido assim. Ou não. No campo da criação, qualquer história pode ser contada. Só importa que ela seja boa.

    Sobre a escolha do Senna como personagem, foi excelente. Todos conhecem o ídolo, e ele partiu em seu melhor momento. Poderia ter sido o melhor de todos os tempos, ou poderia ter seguido o mesmo rumo que você descreveu.

    E nesse caminho escolhido, parabéns pela coragem de tocar no ponto da decadência. O brasileiro sofre com uma falta crônica e aguda de modelos a seguir, e sofre quando alguém questiona a santidade de alguém do passado. Mas é o primeiro a atirar uma pedra em seu ídolo quando ele começa a perder o brilho.

    Não faz muito tempo, o Brasil era o país do tênis. Gustavo Kuerten chegou ao número 1 do ranking, era um feito histórico. As pessoas o amavam. Mas bastou uma lesão e seu rendimento cair para os mesmos fãs começarem a criticá-lo duramente. Ou seja, tudo o que ele conquistou, os títulos, a glória, tudo isso não valia mais nada. O brasileiro tem horror de perdedores, talvez por ser ele próprio um povo derrotado.

    E não teria sido diferente com o Senna se ele não continuasse a ganhar.

    • Mikola,

      Ainda é difícil para muitos lidar com a decadência e as necessidades que aparecem.
      Me lembro de Ronaldo Fenômeno, que para mim foi, ao lado de Zico, o maior que vi jogar (e não falo em tamanho).
      As limitações (de ambos inclusive) marcaram suas decadências mas jamais vão tirar deles o nome na história entre os maiores.
      Se eles tivessem morrido em campo, ou Guga na quadra, ou Cielo na piscina, será que olharíamos para eles de maneira diferente?
      Obrigado pela sua opinião, um abraço!

  11. Victor Ferraz says:

    Sem querer entrar em discussão religiosa, mas dizem que, no dia do acidente, Ayrton leu algo na Bíblia sobre Deus dar a ele o maior presente de todos. Quem sabe o presente não era livrá-lo deste futuro ingrato, dando para ele pra sempre o título de herói?…
    E se Ronaldo Fenômeno tivesse morrido no auge de sua carreira? Certamente, nesta hipótese, se alguém escrevesse um texto dizendo que Ronaldo, caso tivesse sobrevivido, seria fortemente criticado por sua performance e terminaria sua carreira acima do peso, seus fãs viriam com facas nos dentes contra o autor de tal “imbecilidade”…
    Vou confessar que de início não gostei do texto, mas a verdade não é que eu não gostei, é que não ACEITEI de princípio. Acredito eu que esta está sendo a dificuldade de alguns amigos, pois a imagem que temos de Senna é muito forte e difícil de mudar.
    Parabéns, amigo. Apesar de não sabermos o que aconteceria caso Senna ainda estivesse entre nós, às vezes é bom testar a capacidade das pessoas de lidar com as possíveis fragilidades de um ídolo. Idolatria cega não faz bem a ninguém, porque transforma um ser humano, cheio de defeitos e imperfeições, em um deus.

    • Victor,

      Acho que você encontrou a síntese que eu quis expressar com o texto.
      Se vale a confissão, foi muito, mas muito difícil realmente, escrever sobre uma possível decadência de um dos maiores ídolos do esporte mundial, e não apenas nacional.
      Dizem que aceitar as suas próprias limitações é o primeiro passo para superá-las, isso no campo da filosofia de vida. E penso que é isso mesmo.
      Muito obrigado pelos seus dois comentários. Aliás, no primeiro, você falou em um possível ostracismo, o que eu considero impossível. O que Senna representou para a Fórmula 1 é algo grandioso, notável, e as circunstâncias de sua morte, como eu disse, o tornaram imortal. E no segundo texto você fala em criação de deuses por parte de idolatria cega, e aí eu concordo. Não que Senna não tenha seus méritos como ser humano, mas nenhum esportista de alta performance é santo, quanto mais um Deus. Nenhum…

      Um abraço!

      Um grande abraço

  12. Cristiano Mazeto says:

    Caro Lauro, por certo alguns dos nossos colegas aqui nao captaram a idéia do texto. Sena tinha convicções firmes e por isso virou herói nacional, talvez uma raridade nos dias de hoje. De qq forma gostaria de acreditar que Sena, caso nao fosse o acidente que lhe vitimou, certamente, seria consultor em alguma escuderia e morreria por conta da idade avançada. O que precisamos acreditar e, isso e fato, e que independente do rumo que Sena daria em sua história apos o termino nas pistas, sempre seria considerado por nos um herói nacional, na atualidade, talvez um dos poucos, nao somente por seus feitos na pista, mas sim pelo seu caráter e patriota que, inegavelmente, sempre foi. Parabéns pelo texto.

  13. Eduardo says:

    Animal o texto!!
    muito bonito!

    acho que esse poderia ter sido um possivel futuro de ayrton caso nao morresse em imola.

    muito bacana!
    por alguns segundos quase acreditei na historia,

    Falar de Senna com certeza meche com os sentimentos de todo Brasileiro..
    saudades…

    parabéns pelo texto..
    deu pra.. bater uma saudade..
    🙁

  14. Paranhos says:

    KKKKKKK, agora eu ví, dois loucos discutindo, Senna e Lauro Vizentim!!! Kkkkkkkkk

  15. Andrade says:

    Lauro, primeiramente, PARABÉNS, um texto brilhante, que também nos faz refletir muito sobre o “e, se…”. Pelos seus comentários, eu percebi e nós sabemos que o Senna, como ser humano, tinha suas virtudes e suas falhas. Mas acredito muito que, “se” (olha ele aqui de novo….rs) aquela curva não tivesse tirado ele do nosso meio, a história da vida dele não seria tão “comum”. Existem pessoas que não aceitam derrotas, que não se dão por vencidas facilmente e acho que essa era uma das maiores virtudes dele.
    Novamente, PARABENS pelo texto, é maravilhoso. Dan Brown que se cuide…rs

    Um grande abraço

  16. Clauber says:

    Ele seria um opositor ferrenho ao Lula, ele era da elite mas lembrava do povo, sabendo dos bastidores do poder e dos acordos por fora quando o mula era líder sindical, ele jamais seria ministro do “mula”
    Tenta mais uma vez, e não esquece d mencionar as conquistas do Instituto Ayrton Senna, paz na Síria, sei lá, ele seria muito mais herói que isso, e sem morte no trânsito por favor

  17. Clauber says:

    ……2016
    Ta rendendo heim
    Kkkk

  18. Clauber says:

    To virando a net de cabeça pra baixo tentando descobrir qual foi a passagem da bíblia que o Senna leu na manhã da última corrida, que a irmã dele menciona no documentário, mas não encontrei, me ajuda ai se souber

  19. Mário Pravato Junior says:

    Rapaz, confesso que por alguns instantes senti como se toda essa história fosse verídica e que o Senna tivesse vivido por muito mais tempo. Eu estava começando a acompanhar a F1 em 1994 e não vi o acidente, me lembro ainda da minha mãe me acordando e dizendo que o Senna havia batido. Depois a lembrança que tenho foi do Plantão da Globo noticiando a sua morte. Eu tinha apenas 8 anos. Tenho muitas revistas da época do acidente, como ele faz falta. Não tivemos ninguém mais parecido. O nosso último herói. Parabéns pelo texto!

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