A borracha que apaga velocidade


Sem ser traído pelos pneus, Rosberg herdou a vitória de Vettel em uma corrida que teve sete voltas finais de arrepiar e problemas sérios com os pneus.

The Times

Três semanas foi tempo mais que suficiente para a Fórmula 1 vir com várias novidades para o GP britânico. A começar, a decisão da FIA em não punir com rigor a Mercedes em razão daquele episódio dos testes com a Pirelli utilizando carros deste ano e seus pilotos principais. A federação entendeu que a equipe deveria ser apenas repreendida e penalizada com algumas restrições para os testes seguintes. Claro que do lado de Maranello e da equipe dos energéticos, principalmente, a sentença soou branda demais, provocando protestos e alegação de favorecimento. A sentença encerra um dos episódios principais de 2013, justamente o ano em que os pneus estão sendo o centro das atenções. E eles aprontaram durante o final de semana inglês como vocês verão mais a frente.

A outra mudança, importante em meu ver, foi a definição da FIA pelo sistema de punição por pontos para a turma que não se comportar direito. Em resumo, quem não obedecer, o professor tira ponto do comportamento. Brincadeiras a parte, a medida funciona mais ou menos como o código de trânsito nacional, em que cada infração receberá uma determinada pontuação, de 1 a 3 pontos, e o piloto que completar 12 pontos ficará fora da etapa seguinte. A carência é de um ano. Dizem as más línguas que no “Trabalhe Conosco” da Williams e da Lotus aumentou o cadastramento para vaga de piloto reserva para 2014.

E por falar na equipe de Sir Frank Williams, nada como comemorar em casa a marca histórica de 600 GPs neste final de semana. Sem dúvida, uma marca pra lá de importante, mas que infelizmente não consegue nos dias de hoje refletir na pista a grandeza de seus intermináveis quilômetros nas pistas.

Webber vai deixar a Fórmula 1 ao final do ano, portanto, há vaga aberta.

Webber vai deixar a Fórmula 1 ao final do ano, portanto, há vaga aberta.

E como tudo tem vínculo na Fórmula 1, a página de emprego da Red Bull também foi sacudida com uma notícia que, embora não seja totalmente inesperada, vem em um momento que não era exatamente o que todos imaginavam. Mark Webber, o mais velho da classe, resolveu seguir em 2014 a equipe Porsche no campeonato de Endurance e fecha, assim, seu ciclo de 12 anos na categoria máxima do automobilismo mundial ao final desta temporada. Só que eu, ao invés de especular sobre quem o substituirá no ano que vem, deixo uma pergunta para este ano ainda: como será o comportamento do australiano nas próximas etapas do mundial sem o engajamento pró-Vettel que a equipe exige dele? Vai fazer valer a rivalidade com o companheiro de equipe, misturada a sua experiente desobediência? Vamos acompanhar com atenção aos próximos saltos do canguru aposentado (com carinho), que já deu o ar da graça durante o GP.

Ah, e teve os treinos, já ia me esquecendo…

Vamos fazer algumas menções importantes e diretas. Chuva na sexta, e Massa mais uma vez bateu. Péssimo. Além disso, a Ferrari não se encontrava na pista de Silverstone e Alonso reclamou. Parecia o prenúncio de um final de semana desastroso para a equipe italiana, até porque na briga para largar na frente estava ele, sempre, Sebastian Vettel, lutando muito contra os dois Mercedes, favoritíssimos a primeira fila.

O Q1 foi o de sempre, com Gutiérrez da Sauber e os dois carros da Williams lutando para ver quem iria se juntar aos quatro fantásticos, quer dizer, quatro retardatários do fundo do grid. E isso ficou com o mexicano subordinado de Monisha e com Bottas.

Tudo bem que seus companheiros, Hülkenberg e Maldonado também ficaram no Q2, assim como os dois carros da McLaren, Jean-Eric Vèrgne, da Toro Rosso, e Felipe Massa. Assim, foram para o Q3 a Mercedes, a Red Bull, a Lotus, a Force India, Alonso e Daniel Ricciardo, este último querendo melhorar o currículo com urgência.

Na hora da decisão, a Lotus ficou para trás, assim como Alonso. Os dois carros da Force India estavam voando, e largariam em quinto e sétimo, respectivamente com Paul Di Resta e Adrian Sutil. Largariam, porque o carro número 14 do escocês resolveu fazer uma dieta e não avisou a equipe. Sim, não estou louco não. O carro estava abaixo do peso mínimo, 1,5kg apenas, mas o suficiente para jogá-lo para último no grid, o que só não aconteceu na prática porque Giedo Van Der Garde também tomou uma punição e ficou com a lanterna.

Voltando para o pessoal da frente, Webber chegou a ameaçar, o mesmo fez Vettel, mas Hamilton humilhou a concorrência, inclusive Rosberg, e cravou a pole com quase meio segundo a frente do companheiro de equipe. Delírio nas arquibancadas do velho autódromo, mesmo Hamilton defendendo agora uma equipe alemã. Dúvida? A de sempre; quanto aguentariam os carros da Mercedes em relação ao desgaste de pneus.

The Sun

O domingo ensolarado de Silverstone era o que a maioria queria, mesmo que a temperatura não fosse tão alta. Mas na largada a temperatura já foi lá pra cima, com muita gente trocando de posição. Webber foi o mais prejudicado, pois além de largar muito mal, tomou um “chega pra lá” de Grosjean e perdeu um pedaço do bico da Red Bull, caindo para a décima quinta posição. Hamilton se segurou e Vettel, largando do lado limpo da pista, aproveitou a oportunidade e pulou para segundo. Sutil pulou para quarto, Raikkonen para sexto, mas entre eles já estava Felipe Massa, com uma largada muito agressiva, e isso poderia significar uma reviravolta de seu final de semana já que ele estava com pneus duros, ao contrário da maioria do primeiro pelotão.

Aposentado tem preferência? Nada. Webber foi quase colocado pra fora logo na largada.

Aposentado tem preferência? Nada. Webber foi quase colocado pra fora logo na largada.

Alonso se deparou com Ricciardo e o australiano não facilitou a vida do bicampeão mundial, travando entre eles a primeira briga interessante da prova. Outra briga que parecia prometer bastante logo no início era a de Button e Pérez, que já se encontravam pela pista com o reposicionamento nas primeiras voltas. No caso deles, Pérez foi mais decidido e deixou Button pelo caminho.

Hamilton voava, abria de Vettel fazendo as melhores voltas em sequência. No exato momento em que Vettel respondeu e mostrou que estava bem vivo na prova, o pneu traseiro esquerdo do Mercedes número 10 de Hamilton estourou bonito, deixando vários pedaços pela pista. Pior para Hamilton foi a necessidade de se rastejar pela pista quase a volta toda, visto que o pneu estourou pouco depois de ele passar pela entrada dos boxes. Hamilton conseguiu levar o carro até lá e fazer sua parada, voltando em último lugar.

Massa estava fazendo uma grande corrida e atacava Sutil, trazendo Raikkonen com ele. Mas aí aconteceu com o brasileiro o mesmo que ocorreu com Hamilton, ou seja, o pneu traseiro esquerdo foi embora e Massa até rodou, mas conseguiu também levar o carro aos boxes e continuar na prova. Uma pena, porque o piloto da Ferrari talvez brigasse pelo pódio. Claro que com dois pneus traseiros furados em carros diferentes e em tão poucas voltas, a decisão das equipes foi a de trazer seus carros para a troca de pneus rapidamente, antes que algum outro problema surgisse. E surgiria.

Hamilton e o primeiro traseiro esquerdo furado do dia.

Hamilton e o primeiro traseiro esquerdo furado do dia.

Grosjean e Raikkonen estavam na caça de Vérgne. A volta era a décima quinta apenas, mas muito para o pneu traseiro esquerdo (o mesmo dos outros carros) do francês da Toro Rosso. Mais um estouro perigoso, controlado pelo piloto que logo entrou nos boxes para remediar o problema. A direção de prova resolve, então, entrar com o safety-car para poder limpar a pista dos detritos não só dos pneus, mas também das carenagens que foram afetadas nos estouros.

Particularmente, eu nunca havia visto um número tão grande de pessoas preocupadas com a retirada de detritos em uma prova de Fórmula 1, ainda mais sem a ocorrência de um acidente propriamente. Esta intervenção, além de reafirmar a importância dos fiscais de pista, voluntários apaixonados pela velocidade e que este ano serão mais lembrados pela tragédia que ocorreu com um deles no Canadá, evidenciou a Pirelli para uma situação constrangedora.
Por seis voltas todos ficaram pensando como seria a corrida. Quantas paradas cada um iria fazer, quantos pneus ainda estourariam.

Era Vettel, Rosberg, Sutil, Alonso, Raikkonen, Grosjean, Ricciardo, Pérez, Webber e Button a ordem dos dez primeiros colocados quando o safety-car saiu. E todos eles bem dispostos, obrigado.

The Guardian

Lewis Hamilton era apenas o décimo quarto neste momento, mas vinha se recuperando, o mesmo acontecendo com Felipe Massa, pouco mais atrás. Não tardou muito e Gutiérrez foi outra vítima dos pneus, mas desta vez sem afetar muito a pista.

Foi bonito de ver brigas entre Alonso e Raikkonen, Webber e Hamilton, muito próximos depois da volta deles da segunda parada de boxes. Hamilton, por sinal, achou Di Resta em um retorno a pista e ambos fizeram quase uma volta completa quase tocando roda em todas as curvas. Um show a parte, principalmente pela recuperação do inglês. Webber também já fazia uma prova de encher os olhos. Seus companheiros de equipe lideravam, com Rosberg ameaçando um pouco mas Vettel respondia a altura e parecia caminhar sossegado para a vitória. Só que não foi só o pneus que deixou piloto cabreiro em Silverstone neste domingo.

Vettel ficou pelo caminho com problema no câmbio, mas segue na liderança do campeonato.

Vettel ficou pelo caminho com problema no câmbio, mas segue na liderança do campeonato.

Sem motivo aparente, o Red Bull número 1 ficou sem as marchas e Vettel se viu obrigado a abandonar o carro e uma vitória que parecia muito fácil. E o carro parado no meio da reta provocou mais uma entrada do safety-car. Faltavam ainda dez voltas para o final e três pilotos resolveram, por segurança, fazerem uma última troca de pneus: Rosberg, Alonso e Webber. Raikkonen, pelo rádio, chegou a questionar a equipe sobre se seria melhor fazer a parada, ao que a equipe disse que não seria mais possível pela ordenação na pista, o que faria o finlandês perder muitas posições.
Rosberg só queria se segurar na ponta quando a corrida fosse retomada. Sutil e Ricciardo brigavam por um lugar no pódio, enquanto Pérez e Button queriam pontos para a McLaren. Só que Hamilton, Alonso e Webber queriam mais que isso: a vitória. E o que se viu nas últimas sete voltas foi exatamente o que se espera de uma corrida de automóveis, ou seja, velocidade.

Webber foi logo pra cima de Ricciardo e pulou para a quarta posição. Alonso não perdeu tempo com Button e quando chegou atrás de Pérez, quase viu sua corrida ser perdida com mais um estouro de pneu traseiro esquerdo, agora do mexicano. Hábil, Alonso tirou da traseira do carro de Pérez no último segundo e seguiu para mais disputas enquanto o companheiro de Button abandonou.

O ritmo alucinante continuava, e Webber também ultrapassou Sutil, garantindo uma bicada no champanhe ao final da prova. Alonso foi para cima de Ricciardo e também queria mais, só que atrás dele quem já aparecia era Hamilton, em uma recuperação espetacular. E Hamilton também passou por Sutil. Era de tirar o fôlego, mas tinha mais!
O australiano da Red Bull travou briga com Raikkonen e conseguiu mais uma posição. O mesmo fez Alonso. Parecia uma questão de tempo para Webber sair de Silverstone com uma vitória histórica e ele fazia por onde, marcando as melhores voltas da prova seguidamente. De repente, Rosberg respondeu e se segurava como podia. Pouco mais atrás, Hamilton também superou Raikkonen e já era quarto colocado, se aproximando de Alonso. Massa também fez um último trecho primoroso e foi abrindo caminho até chegar na sexta posição.

Rosberg conseguiu guardar a liderança e cruzar a linha de chegada a 0.7s de vantagem sobre Webber. Menor ainda foi a distância de Alonso para Hamilton, com pódio garantido para o espanhol. Raikkonen foi o quinto. Os dois pilotos da Force India chegaram entre os dez primeiros, com Sutil em sétimo e Di Resta, outro que fez uma recuperação admirável, em nono. Entre eles, Ricciardo. Hülkenberg fechou os dez melhores colocados da prova, beneficiado pelo abandono de Grosjean.

Massa superou os problemas no treino e um pneu furado para conquistar uma ótima sexta posição, mas poderia ter sido ainda melhor.

Pelas circunstâncias, um ótimo sexto lugar para Felipe Masssa.

É bem verdade que Vettel sai da Inglaterra ainda na liderança do campeonato, mas Alonso diminuiu a distância para possíveis 21 pontos a reverter. Seria um desastre para o espanhol se Vettel vencesse de novo, o que seria a quarta vez em oito provas e a diferença aumentasse para a casa dos cinquenta pontos. Raikkonen, terceiro no mundial com 98 pontos, lamentou muito a estratégia da Lotus em não fazer o pit-stop durante o último safety-car. E a terceira posição no mundial de pilotos está super disputada, pois atrás do finlandês vem Hamilton, Webber e Rosberg, com 89, 87 e 82 pontos respectivamente, só que Rosberg já coleciona duas vitórias na temporada.

Palpitando …

– Alonso teve sorte hoje, mas, segundo o ditado popular, é bom que se diga que a sorte ajuda a quem trabalha, coisa que a Ferrari vai ter que fazer, e muito;

– Nico Rosberg venceu duas das últimas três provas e vem largando hora na pole, hora na segunda posição. Alguém o credencia como favorito ao título?;

– A Mercedes tem, hoje, a melhor dupla do grid, e afirmo que a Force India também tem uma dupla fortíssima, melhor que algumas das equipes de ponta;

– Uma fonte ligada a uma fábrica de pneus concorrente da atual fornecedora da categoria soltou a seguinte frase no paddock: “Definitively, Pirelli is not having a good year”. Humor britânico.

Lauro Vizentim

Lauro Vizentim é Engenheiro Mecânico, trabalha há mais de duas décadas na indústria de automóveis. Gosta de criação, design e de... carros. Quando estes três gostos se juntam em uma corrida, tudo se completa. Acompanha a Fórmula 1 desde criança e colabora com o No Trânsito desde 2009.

4 Responses

  1. Vitor Gregório says:

    Um fim de semana para esquecer! É assim que qualifico este GP da Inglaterra, que após três longas semanas marcadas por uma profunda crise de abstinência do circo, me deixou com a sensação de que se era para ter sido como foi, melhor que não tivesse ocorrido.

    Tivemos, sim, um treino de qualificação para lá de movimentado e interessante. E uma corrida que, no aspecto esportivo, também foi muito boa, com várias alternativas, mudanças de posição, excelentes pilotagens mescladas com outras que não merecem maiores comentários. Enfim, a receita perfeita para um grande prêmio daqueles que nos fazem suspirar ao final, deixando aqueles que o assistiram com um delicioso gostinho de “quero mais”. E confesso que, de fato, suspirei bem alto quando vi a bandeirada final. Mas por motivos completamente diferentes daqueles que espero que me motivem ao final de uma manhã de domingo de automobilismo!

    Pela primeira vez em muitos anos assisti a uma corrida temendo seriamente pela integridade física dos pilotos. A ponto de não conseguir me entreter com as performances vistas, tampouco me apegar às estratégias como gosto de fazer. Puxando pela memória, me peguei relembrando o terrível 1o de maio de 1994, quando era mais ou menos claro para todo mundo que aquele não era um fim de semana comum, que a corrida devia ser cancelada após o acidente de Barrichello e a morte de Ratzenberger. Desta vez, novamente, me parecia claro que algo trágico estava para acontecer.

    Na semana passada, a morte de Allan Simonsen, em Le Mans. Ontem mesmo, a morte de Andrea Mamé, piloto da Lamborghini, em Paul Ricard. E então os pneus começam a estourar, como bexigas em festa de crianças agitadas. E vejo, da câmera onboard do carro de Kimi Raikkonen, que a explosão à sua frente foi de tal forma próxima e perigosa que ele precisou se desvencilhar de um pedaço de borracha que ficou preso à sua mão, que segura firmemente o volante. Sim, confesso humildemente que temi pelo pior! E torci loucamente para que a bandeira amarela virasse vermelha, e Charlie Whiting devolvesse um pouco de sanidade a uma corrida que parecia cada vez mais insana. E perigosa!

    O que se viu neste domingo é algo simplesmente inaceitável! Um absurdo de proporções jamais vistas! Concordo plenamente com Felipe Massa quando ele diz que enquanto o debate está girando em torno do fato de que um pneu mais mole ou mais duro favorece esta ou aquela equipe, todos deveriam estar mais preocupados com a saúde dos pilotos. Em tempos em que só se fala em público, em atração de novos espectadores, esquecem-se que um acidente de grandes proporções no circo teria o efeito de uma bomba nuclear, minando anos de trabalho e sacrifícios no sentido de tornar a F1 um negócio… ops, desculpem, um esporte cada vez mais global. Ninguém em sã consciência quer ver um piloto machucado.

    Pessoas ficam poderosamente marcadas quando um piloto morre diante de seus olhos na tela da televisão. Ainda me emociono quando vejo o acidente de Ayrton Senna… E ontem temi seriamente por minha esposa, torcedora fanática de Sebastian Vettel (fanática mesmo, vocês não imaginam!!!!) se algo acontecesse com este jovem e incrivelmente talentoso piloto. Claro que o automobilismo envolve riscos, e que todos os envolvidos – de mecânicos e projetistas a telespectadores – sabem que fatalidades podem acontecer. Mas é simplesmente desesperador quando tudo parece apontar para essa direção, quando pneus começam a voar pelos ares em sucessão e todos estão paralisados, incapazes de fazer algo para evitar o pior. Por isso quis que a corrida acabasse logo. E suspirei longamente, aliviado, quando ela de fato chegou a um fim.

    A F1 simplesmente não pode continuar como está! Algo deve ser feito urgentemente. Quando Christian Horner, Adrian Newey, Martin Whitmarsh e outros reclamam dos pneus e apontam para a falta de segurança absurda que eles representam, que tal enxergar um temor sério e legítimo, amplamente embasado pelos fatos, ao invés do “chororô” típico de quem não entendeu as regras do jogo e, portanto, quer alterá-las em benefício próprio? Até porque não dá pra dizer que a Red Bull não entendeu as regras do jogo, com sua liderança no campeonato de construtores e de pilotos garantida por uma margem considerável de pontos.

    Que tal a FIA e as equipes começarem a trabalhar em conjunto com a Pirelli no desenvolvimento dos pneus, ao invés de ficarem acusando umas às outras de infringir regras francamente estúpidas que colocam em risco toda a beleza do esporte? Desculpem, não vejo lógica plausível que force uma empresa de pneus a desenvolver compostos para corridas sem poder testar previamente como esses compostos se comportarão em condições reais de prova, com os carros que efetivamente serão utilizados ao longo do ano!

    Redução de custos? Claro que é boa, sou um dos maiores defensores de medidas nesse sentido, como já tive a oportunidade de escrever aqui e em outros canais. Mas não dá pra economizar em algo que diga respeito tão diretamente à vida de seres humanos. É incrivelmente fantástico o quanto a segurança dos monopostos de corrida avançou nos últimos 20 anos. Se formos considerar os últimos 30, então, a coisa beira o insano, tamanhas as melhorias. Não dá pra colocar tudo isso a perder por conta de um gerenciamento estúpido da questão de pneus. Espero ações imediatas de todos os envolvidos no circo! Porque do jeito que está, e conhecendo o circuito de Nürburgring (um de meus favoritos, aliás!) como conheço, considero seriamente nem assistir à corrida do próximo final de semana.

    Que boas notícias possam me fazer voltar a acreditar na seriedade do esporte nas próximas horas e dias…

    • Indianápolis 2005, Adelaide 1986. Outros dois casos que me lembro bem em que os pneus foram protagonistas.
      Em 2005 foi o boicote das equipes que corriam de Michelin em não participarem da prova e deixar o grid com Ferrari, Jordan e Minardi apenas, que corriam com Bridgestone.
      Em 1986, o mesmo que ocorreu na Inglaterra aconteceu com Nigel Mansell na Austrália e, por isso, Piquet também perdeu o título para Prost naquela ocasião.
      Não tenho dúvidas que os deuses da velocidade deram plantão este final de semana em Silverstone, porque se os pneus com problemas fossem os dianteiros, as consequencias poderiam ter sido infinitamente maiores.
      Vamos aguardar o posicionamento da FIA e da Pirelli a respeito nos próximos dias.
      Um abraço amigo e obrigado por mais um excelente comentário.

  2. Victor Ferraz says:

    Fico impressionado como a Pirelli não decidiu fazer o tal reforço na estrutura dos pneus há algumas corridas atrás… Como a do Bahrain, por exemplo, em que o pneu do Felipe estourou DUAS VEZES… Dentre outras ocasiões similares ocorridas em treinos livres de outros GPs…
    Foi mais ou menos na hora em que pensei “finalmente o Hamilton vai ganhar uma corrida esse ano… Ele merece!” que o pneu dele estourou… 🙁
    E no meio desse drama pneumático, Vettel abandona a corrida por uma razão totalmente alheia aos pneus… Língua afiada essa do Alonso, que disse que uma hora o azar ia chegar para o alemão.

  3. lsussumu says:

    DHSIAUHDSAIUHSDAIU Essa piada no final foi boa hdsauiahsdiuasdhiusa

    Nossa Lauro, me senti assistindo a corrida rsrs, você consegue passar a emoção da corrida em texto, é muito dahora isso!!! Sempre leio o texto e sempre fico empolgado.

    Esse ano das equipes que existem a Force India é a que mais está impressionando e evoluindo, é incrível o trabalho que a equipe vem fazendo. De uma equipe que brigava lá atrás, estar melhor que a Willians que tem anos e anos de F1 é algo surreal.

    Parabéns pelo texto Lauro!!!!

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