A quinta


Quinta dobradinha do time prateado coloca agora Hamilton na liderança so campeonato. Verstappen superou os carros da Ferrari e foi ao pódio, e agora também é o terceiro no Mundial.

Bottas forte

Voltando ao palco dos treinos da pré-temporada, onde a Ferrari foi muito bem no começo do ano, seria a chance ideal de ver se realmente o time de Maranello ainda podia pretender alguma coisa no Mundial, ou se a Mercedes blefou antes da corrida da Austrália.

Para não deixar um requício de dúvidas, a Mercedes nadou de braçadas no autódromo de Barcelona, sem chance alguma para a Ferrari. E quem se saiu muito bem na disputa da pole position foi Bottas, que achou uma volta tão boa, mas tão boa, que o tempo dele foi mais de meio segundo para o de Hamilton. Isso mostra um Bottas bem melhor do que na temporada passada e lutando de igual para igual sim com Hamilton, se bem que há uma boa diferença entre ambos no quesito pilotagem e experiência.

Na segunda fila apareceu o Vettel, mas nem foi Leclerc que completou a segunda fila. O quarto lugar no grid coube a Verstappen, que vem mostrando um ótimo desempenho do Red Bull de motor Honda. A prova de que a equipe está até relativamente bem foi a sexta posição obtida por Gasly, logo atrás de Leclerc. Aliás, cabe dizer que a Ferrari antecipou mudanças no carro para tentar recuperar o terreno perdido em relação a Mercedes.

Belo registro da largada com os três primeiros lado a lado

A quarta força, pelo menos no GP da Espanha, foi a Haas, que tembém trouxe um pacote de mudanças e garantiu a quarta fila no grid para a dupla Grosjean e Magnussen.

E a quinta fila teve a presença da Toro Rosso de Kvyat e de Norris, da McLaren. No entanto, quem foi o décimo mais rápido nos treinos foi o Ricciardo, mas ele perdeu três posições por aquela batida bizarra dando ré em Baku (a frase ficou meio esquisita, mas foi assim). E como sorte não tem sido muito vista nos boxes da equipe francesa, Hülkenberg acabou largando em último porque foi penalizado por arrastar o carro de volta aos boxes no Q1, depois de uma barbeirada.

Sem Alonso pela primeira vez depois de muitos anos, a torcida espanhola era toda de Sainz, mas não conseguiu empurar o piloto da McLaren além do décimo segundo lugar no grid, atrás se Albon, com a outra Toro Rosso.

Hamilton foi Hamilton

Largada bem equilibrada entre os três primeiros do grid.

Vettel chegou a estar alguns centímetros a frente dos dois carros da Mercedes, por fora, mas precisou usar o freio um pouquinho que os outros e já deixou o pneu meio quadrado já na primeira curva. Por pouco não prejudicou Bottas, que ficou prensado entre ele, Vettel, e Hamilton. Prudente, Bottas tirou o pé e conseguiu se manter em segundo, mas perdeu a liderança para Hamilton.

Vettel também perdeu o lugar para Verstappen, ficando posicionado a frente de Leclerc. E aí a gente já começa a especular o que vai acontecer com as ordens do Binotto.

Verstappen tem sido consistente, e a Honda tem feito um bom trabalho na Toro Rosso até aqui

Apesar de já ter manifestado que o pneu direito não estava perfeito, Vettel demorou um pouco para deixar Leclerc passar, o que acabou acontecendo. Porém, o piloto da Ferrari não conseguiu se aproximar de Verstappen, em terceiro.

Na rodada inicial de pit-stops, Vettel se encarregou de abrir os trabalhos na volta 19. O Verstappen, que não é bobo nem nada, parou na volta seguinte, já prevendo que o duelo dele seria com Vettel pelo pódio. Quando Leclerc parou, ainda antes dos carros da Mercedes, a Ferrari deixou clara a tentativa de estratégias diferentes, devolvendo o alemão com os pneus macios, enquanto Leclerc foi de pneus mais duros. Isso foi fundamental para que Vettel reassumisse a quarta posição, mesmo que no final ambos ainda fizessem mais um pit-stop.

Na Mercedes, tudo sob controle. Pit-stops ok e pilotos na ponta sem muita preocupação.

Sempre tem um lance

Como Vettel foi o primeiro a fazer o pit-stop na primeira rodada, nada mais previsível que ele também fosse o primeiro na segunda rodada. E assim foi.

Na hora em que Bottas fez a sua parada, isso já na volta 46 das 66 previstas, o safety car foi acionado porque Norris e Stroll se pegaram na curva um. Tudo bem que Norris veio por fora, era uma ultrapassagem forçada, até porque o circuito não é dos mais fáceis para esta manobra, mas o fato é que Stroll achou que a pista era só dele e nem se importou com o carro da McLaren ao seu lado. No toque, ambos abandonaram, o que causou festa nos boxes da Williams (maldade).

Stroll e Norris, pouco antes de se enroscarem e abandonarem

O safety-car ficou bastante tempo na pista. Muita brita espalhada em alguns pontos e o pessoal da limpeza tentou deixar o traçado mais apresentável, o que leva tempo. Já que molhou o pé, toma banho completo.

Na relargada, Hamilton simplesmente sumiu, deixando Bottas sem o menor poder de reação. Vettel até que tentou uma pequena pressão em Verstappen, assim como Gasly também fez Leclerc trabalhar um pouco mais no fim da prova.

Quem se divertiu mesmo no final da prova foi o pessoal da Haas, mais especificamente o Grosjean. Perdendo rendimento, ele brigou com o companheiro de equipe, depois com Sainz e acabou fechando na zona de pontos em décimo lugar, perdendo posição também Kvyat.

Hamilton chegou a sua 76ª vitória na carreira, cravou a melhor volta e assumiu a ponta do mundial. Bottas alegou um probleminha na embreagem na largada e não tirou vantagem do que poderia lhe dar a continuidade da liderança do campeonato. Quem vai pará-los?

Ao desligar dos motores…

– A Mercedes escreveu na história a quinta dobradinha consecutiva em inicio de temporada. É assustador;

– O rendimento muito inferior da Ferrari tem facilitado as coisas para o time alemão, mas é cedo para cravar que o Mundial está definido, tanto na parte de pilotos como de equipes. Só que o chopp já tá gelando;

– Leclerc deu uma murchadinha;

– A Honda está indo bem na Toro Rosso, e Verstappen tem sido constante com dois pódios e dois quarto lugares até aqui. Está pilotando muito bem e sem cometer erros;

– Em 19 voltas, a Mercedes de Hamilton alcançou os carros da Williams. Em situação normal, seriam quase três voltas e meia, ou mais de quatro minutos se contássemos em tempo apenas. É de dar pena;

– A polêmica da semana foi a mudança do GP do Brasil de Interlagos para o circuito que não existe ainda em Deodoro, no Rio, ano que vem. Tudo balela. Há negociações sim, mas se algo acontecer, será apenas em 2021. E, já que opinar não é pecado, por que não termos dois GPs no Brasil? É utopia, mas que seria legal, não tenho dúvida, assim como não tenho dúvidas de que seria casa lotada em ambos circuitos. O Brasil é responsável por 20% da audiência global da F1, e o país segundo colocado tem metade do percentual do Brasil. É pra pensar. E torcer.

Lauro Vizentim

Lauro Vizentim é Engenheiro Mecânico, trabalha há mais de duas décadas na indústria de automóveis. Gosta de criação, design e de... carros. Quando estes três gostos se juntam em uma corrida, tudo se completa. Acompanha a Fórmula 1 desde criança e colabora com o No Trânsito desde 2009.

3 Responses

  1. lsussumu says:

    Imagina 2 GP´s no Brasil, o primeiro no RIO no começo do ano e o 2 se mantendo no final do ano. Ficaria lotado e seria muito bom para todos.

    Honda e Red Bull me fez lembrar que ano passado eu pensava que os motores Hondas eram fracos, mas esse ano está mostrando que o carro, motor e piloto estão em sintonia. Incrível evolução do Verstappen, sendo consistente, não cometendo erros e sempre aparecendo entre os primeiros, espero que ele termine em 3 lugar esse ano no campeonato de Pilotos.

    Willians não sei nem o que dizer, como pode uma equipe cair tanto em qualidade dos carros. Enquanto a HAAS evoluiu e está se tornando uma equipe mediana que podera brigar pelo 4 lugar de construtores a Willians não consegue nem brigar pelas ultimas posições, lamentavel. O que será que passa na cabeça do Frank ao ver sua equipe nesta situação.

    Como diria o Fabio Abade “Vamos que Vamos!”. Até Monaco!

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