A saborosa vitória caseira

Já que a marmelada acabou em pizza, nada melhor do que ter motivos para saboreá-la, e Alonso justifica a festa com a pole, a volta mais rápida e a vitória, depois de uma acirrada disputa com Jenson Button.

O rampante alado

Durante a semana, a Ferrari havia sido julgada pelo jogo de equipe no GP da Alemanha e foi absolvida, ou seja, não levou mais nenhuma punição além da multa que fora aplicada imediatamente após aquela corrida. E o que já era bom para o torcedor ferrarista e, principalmente para Alonso, acabou se tornado melhor ainda no sábado. No maior fanatismo que uma equipe de Fórmula 1 tem, os tifosi viram Alonso fazer uma volta voadora perfeita e cravar a pole-position, deixando o atual campeão Button com o segundo tempo. Massa também demonstrava força para o final de semana e ficou com o terceiro tempo e o lado limpo da pista para a largada. Na briga entre os companheiros de Red Bull, Webber foi mais uma vez melhor que Vettel, ficando com a quarta posição, e entre eles o líder do campeonato, Hamilton, que tinha uma regulagem aerodinâmica diferente de Button. O atual campeão do mundo, aliás, inovou ao colocar mais asa traseira em um circuito em que todos eliminam ao máximo essa inclinação para ganhar velocidade nos longos trechos velozes do circuito de Monza. Se na reta sua velocidade seria menor, Button acreditava que o equilíbrio nas saídas de curva poderia lhe render alguma vantagem e surpreender os adversários. Na classificação quase deu certo. Rosberg, Hulkenberg, Button e Barrichello completavam os dez primeiros no grid.

O combativo cavaleiro inglês parecia certo

Ao apagar das luzes vermelhas, Button pulou na frente de Alonso logo na primeira curva, deixando o espanhol lado a lado com Massa na disputa pela segunda posição. Tentando se recuperar rapidamente, Hamilton ganhava a posição de Webber (que mais uma vez largou muito mal) mas, quando tentou se aproveitar do ataque de Massa em Alonso, tocou sua roda dianteira esquerda em Alonso e abandonou com a suspensão quebrada logo na primeira volta. Outros que se deram bem na largada foram Rosberg e Kubica, que vinham logo atrás dos três primeiros. Schumacher já era o oitavo e Webber era apenas o nono.

Vettel, pelo rádio, acusou queda de rendimento do Red Bull e perdeu a posição para Webber. Parecia até um jogo de equipe camuflado, mas no final da prova ficaria claro que não era.

Todos os ponteiros resolveram parar para o pit-stop além da metade da corrida. Kubica, Rosberg e Webber fazem suas paradas, e quem se dá mal, de novo, é Webber, que perde posição para o polonês da Renault. Mas, na pista, se recuperou algumas voltas depois.

Button é o primeiro a parar para a troca, só que na vez da Ferrari, Alonso conta com um trabalho “centesimalmente” melhor que o do britânico e então ganha a posição na freada da longa reta em seu retorno à pista. Massa assume a ponta provisoriamente, mas volta em terceiro após a sua parada, ainda que mais próximo dos líderes.

O equilíbrio do Red Bull garante bom resultado para Vettel

Na parte final da prova, Webber atacava Hulkenberg visando pontos para o campeonato, mas o estreante da Williams se defendia, ainda que com muita dificuldade. Webber reclamou que Hulkenberg cortou por várias vezes algumas curvas, mas mesmo assim, Webber conseguiu a ultrapassagem, assumindo a sexta posição.

Sem forças para atacar Alonso, Button ainda contou com um pequeno erro do espanhol a três voltas do final para ainda sonhar com a possibilidade de vitória, mas a pequena escapada do asturiano não foi suficiente para deixar Button em posição de ataque. E assim como largaram, Alonso, Button e Massa chegaram.

Citei um possível jogo de equipe da Red Bull para favorecer Vettel, lembram-se? Pois não foi mesmo. Como o desempenho do carro voltou ao normal depois de um aparente problema, o alemão deixou para fazer o pit-stop obrigatório na última volta da prova e conseguiu assim um excelente quarto lugar, principalmente porque foi à frente de Webber e numa prova em que Hamilton não marcou pontos. Rosberg ficou com o quinto lugar entre os dois Red Bull. Hulkenberg obteve um excelente sétimo lugar, à frente de Kubica, em oitavo, de Schumacher nono e de Barrichello, décimo.

Se faltou a dobradinha que os tifosi até sonharam por alguns momentos, Alonso mostrou força para se recolocar na disputa pelo campeonato, que voltou a ficar equilibrado faltando agora apenas 5 etapas. O campeonato tem agora Webber liderando com 187 pontos, seguido de Hamilton com 182, e já é Alonso o terceiro com 166, seguido de Button com 165 e Vettel 163. E, apesar da polêmica do jogo de equipe e de eu ter considerado a atitude da Ferrari precipitada, 7 pontos a mais obtidos por Alonso na Alemanha agora já fazem diferença, ao menos, psicologicamente.

A próxima corrida é noturna, e como sabemos, à noite todos os “carros” são pardos. Portanto, vale a pena ficar atento ao final de campeonato que promete mais equilíbrio do que se podia imaginar.

Um abraço e até lá!